terça-feira, 16 de abril de 2013

Dilma ataca governo de FHC e a oposição

Dilma no contra-ataque

Em seminário do PT em BH, presidente rebate críticas dos pessimistas especializados da oposição, garante que a inflação está sob controle e cita investimentos no estado

Juliana Cipriani, Marcelo da Fonseca, Alessandra Mello e Bertha Maakaroun

Entre os principais líderes nacionais e estaduais do PT reunidos na capital mineira, a presidente Dilma Rousseff aproveitou a celebração de 10 anos do partido no governo federal para rebater críticas da oposição ligadas ao cenário econômico e reafirmar compromissos para os próximos anos. Em tom de campanha, Dilma citou o controle da inflação como uma conquista do período em que a legenda esteve no poder e criticou os "pessimistas" que, segundo ela, tentam criar um ambiente de desequilíbrio no país. No reduto do seu potencial adversário na sucessão de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB), a presidente citou os principais investimentos da União para obras em Minas Gerais, garantindo a duplicação da BR- 381 para o início do próximo semestre.

Aguardada por mais de mil militantes no Minascentro, Dilma correspondeu às expectativas e enalteceu a década em que o PT esteve no Palácio do Planalto. Segundo ela, o partido varreu marcas de um passado desigual. "Um passado que tinha uma característica básica, que era não incluir todo mundo, achar que podia ter desenvolvimento sem todo mundo ganhar, que poderíamos ter um país forte com um povo fraco", disse.

Aos críticos de seu governo, que ela chamou de "pessimistas especializados", Dilma disse que ela e seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentaram crises mundiais e mantiveram o ritmo de crescimento do país. A petista citou as previsões de apagão feitas no início do ano pelos adversários e que não se confirmaram como exemplo. A inflação, segundo Dilma, está sob controle e o governo não fará concessões e continuará combatendo a alta de preços. A petista afirmou que seus opositores querem transformar todos os alimentos em tomate (produto que teve alta de 122% em 12 meses, de acordo com o IPCA), mas os preços já começaram a cair. Dilma disse que, nos últimos 9 meses, a meta foi seguida. "O controle da inflação é uma conquista desses 10 anos, por isso não abriremos mão dele", avaliou.

Dilma disse que é uma otimista por pragmatismo. "Sou otimista em relação ao Brasil e à economia porque trabalho todo santo dia para que isso ocorra. Quero dizer que aprendi isso na minha casa, mas tive também um professor muito bom, que era o presidente Lula, ele fazia a mesma coisa", elogiou. A presidente afirmou que o país pode cuidar da inflação gerando emprego e renda e alfinetou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), dizendo que sua gestão deu aos brasileiros direitos nunca garantidos pelos governos "conservadores". "Aquele país que produzia miseráveis, desempregados e gente sem esperança ficou para trás", afirmou.

Ao lado de Lula, dirigentes do PT e de 15 partidos aliados, além de ministros e ex-ministros, Dilma afirmou que o antecessor inaugurou e ela continuou uma prática democrática de governo, não negando recursos a nenhum estado ou município, independentemente do partido. Ela lembrou que para Minas Gerais já estão garantidos os recursos para revitalização do Anel Rodoviário e expansão do metrô da capital e duplicação da BR-381, cujas obras, garantiu, começarão "já no início do segundo semestre".

Se Lula e Dilma evitaram críticas diretas ao senador Aécio Neves, coube ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, citar o mineiro, que anteontem afirmou que dará férias aos petistas no poder. "Um senador mineiro disse até que vai mandar o PT sair de férias. Senador, goze suas férias e deixe a Dilma trabalhar", afirmou, remetendo ao bordão que embalou a campanha de Lula à reeleição em 2006. Enquanto falava da antecipação da campanha eleitoral de 2014, Falcão alfinetou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que tem se colocado como pré-candidato à sucessão de Dilma. "Há quem diga que é possível fazer mais. São nossos adversários que sempre fizeram menos. Há até aliados que atuam conosco que também pensam assim. Mas é preciso saber para quem e com quem é possível fazer mais", disparou.

Fonte: Estado de Minas

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