quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dilma em clima de campanha

Ao lado do governador Antonio Anastasia (PSDB), do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), e de mais seis ministros, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez questão de receber um a um mais de 100 prefeitos mineiros, aos quais distribuiu 50 retroescavadeiras, 58 motoniveladoras e 19 ônibus escolares. Ela também entregou 1.640 unidades do Minha casa, minha vida, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.

Cenas de campanha em Minas

Durante passagem por Ribeirão das Neves, Dilma entrega 1.640 unidades do Minha casa, minha vida e equipamentos a prefeitos, em cerimônia com sessão de fotos e troca de afagos

Juliana Cipriani e Marcelo da Fonseca

Com um farto material para entregar a pouco mais de uma centena de prefeitos mineiros, a presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou a passagem por Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para tentar engrossar o número de cabos eleitorais pelo estado em sua provável campanha pela reeleição em 2014. Simpática e bastante disposta a tirar fotos com os gestores dos municípios, a petista entregou equipamentos e encampou o discurso de autonomia para as prefeituras. Durante a entrega de 1.640 unidades do Minha casa, minha vida, Dilma anunciou que a segunda etapa do programa prevê a melhoria da qualidade das residências ofertadas, que agora terão piso de cerâmica. Ao seu lado, e em território cheio de simpatizantes do PT, o governador Antonio Anastasia (PSDB) procurou demonstrar afinidade e uma relação republicana com a presidente.

Com mais de uma hora de atraso, Dilma chegou acompanhada de sete ministros e do governador mineiro. Ao visitar o pátio em que se encontravam 50 retroescavadeiras e 58 motoniveladoras, além de 19 ônibus escolares, que entregaria em seguida, ela fez questão de cumprimentar todos os prefeitos presentes. Na cerimônia, os gestores foram chamados um a um ao palco para receber as chaves dos equipamentos e vários deles posaram para fotos individuais com a presidente. "Espero que a gente possa repetir momentos como este várias vezes, porque uma parceria com prefeitos é sempre pelo bem do Brasil", disse. O pacote de bondades aos prefeitos não se encerrou: as cidades receberão um caminhão-caçamba e uma pá carregadeira cada um e os 85 municípios do semiárido mineiro terão caminhões-pipa.

Por falar em parceria, a presidente pediu aos prefeitos ajuda para fazer uma "busca ativa" que possibilite incluir mais pessoas no programa Bolsa-Família. Segundo ela, muitos cidadãos que têm direito ao benefício ainda não fazem uso dele por falta de conhecimento. Dilma reforçou o papel dos programas sociais do seu governo como forma de proporcionar dignidade e recuperar a estima dos brasileiros. "Temos dado conta do atraso, da ausência de benefícios no passado do país, que crescia, mas o povo não crescia junto", disse.

Casas melhores As casas entregues ontem, assim como as primeiras feitas no Minha Casa, Minha Vida, ainda não tinham cerâmica, o que levou Dilma a enfatizar que a segunda etapa do programa prevê o uso do material. Segundo a petista, a partir de agora, a ordem para a Caixa Econômica Federal é cuidar da qualidade do material entregue. Os que receberam casas no cimento poderão requisitar revestimento de cerâmica. Sem contar o teor, Dilma anunciou que a Caixa vai lançar nos próximos dias um projeto para tratar da melhoria dos residenciais.

O discurso parece ter convencido. Uma das beneficiadas pelo programa, a aposentada Jacira Cardoso da Silva, de 72 anos, já tem data marcada para entrar no novo apartamento. Junto de sua filha e a neta de 1 ano, a moradora de Ribeirão das Neves se mostrou otimista com a estrutura que conheceu na manhã de ontem. "Já programamos a mudança para o dia 27. Parece que está tudo uma gracinha, bem diferente de onde morávamos. Lá, em época de chuva, não dava nem para sair de casa", conta.

Afagos No mesmo palanque de prováveis adversários em 2014 e com uma plateia majoritariamente formada por petistas, o governador Antonio Anastasia procurou valorizar as ações de Dilma em Minas Gerais. O tucano agradeceu "em nome dos 20 milhões de mineiros" os equipamentos entregues e chegou a pedir um "forte aplauso" para a presidente. Anastasia e Dilma têm a mesma base em boa parte das prefeituras mineiras, que são governadas por partidos híbridos (aliados ao PT no plano nacional e ao PSDB no estadual). O governador disse que aprovou as casas populares. "Sou testemunha da atenção, rigor e dedicação com a qualidade do imóvel", afirmou o tucano que acompanhou Dilma durante a visita a um dos apartamentos.

A atitude do governador foi retribuída por ministros que acompanhavam Dilma. O titular da pasta da Educação, Aloizio Mercadante (PT), agradeceu a presença de Anastasia "em uma relação republicana" de trabalho pelo bem das prefeituras. A prefeita de Ribeirão das Neves, Daniela Corrêa (PT), também fez um agradecimento especial a Anastasia pela atenção com o seu governo. Outro que citou a importância das parcerias entre os entes da Federação foi o ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro (PMDB), lembrando que ações conjuntas com a Prefeitura de Belo Horizonte e o governo de Minas "vão transformar a qualidade do transporte público na Região Metropolitana".

Ao fim do discurso, Dilma, que deve ser adversária do senador Aécio Neves na disputa presidencial de 2014, reforçou o fato de que também é mineira. "Saí de BH para não ser presa. Fui para o Rio com 20 anos por ter lutado contra a ditadura, fui a São Paulo, vivi em várias partes do Brasil. As mães aqui sabem que a gente pode adotar um filho por gostar dele, mas meu filho natural é Minas Gerais", reforçou.

Metrô

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a visita a Minas para assinar termo de liberação de R$ 52,8 milhões para a contratação de estudos e projetos de engenharia para as obras do metrô de Belo Horizonte. Apesar de o documento ter sido assinado ontem, os estudos e sondagens já vêm sendo realizados desde o ano passado. A previsão é de que as obras comecem no ano que vem e custem R$ 3,1 bilhões, sendo R$ 1 bilhão da União, R$ 750 milhões de financiamento (já autorizado pela Assembleia Legislativa) e os demais recursos provenientes do governo do estado, prefeituras e iniciativa privada.

Fonte: Estado de Minas

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