quarta-feira, 24 de abril de 2013

Em vez de cair, luz sobe

Foi um balde de água fria na expectativa de haver redução na tarifa em Pernambuco; a partir de segunda-feira, clientes da Celpe vão pagar, em média, 1,32% a mais pela energia. Aumento para consumidor residencial ficou em 0,79%

Conta de luz vai aumentar

Frustrando a expectativa de queda, Aneel autorizou Celpe a praticar alta média de 1,32% a partir da próxima segunda-feira

Os 3,2 milhões de pernambucanos que são clientes da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) vão pagar, em média, 1,32% mais pela energia a partir da próxima segunda-feira, dia 29 de abril. Os consumidores residenciais, que formam o maior grupo, terão uma alta de 0,79% no valor da fatura. Os aumentos foram autorizados ontem pela diretoria da Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel) na análise do 3º pedido de revisão tarifária da Celpe, que acontece a cada quatro anos.

Os índices variam de acordo com o tipo de consumidor. O único grupo a comemorar redução foi o formado por clientes de médio porte, que costumam ser fábricas, agraciados com -12,45% na revisão. Os clientes industriais maiores - com consumo acima de 230 kV - terão que organizar seus custos, pois amargarão elevação de 13,37% na conta de energia. As faturas dos moradores de áreas rurais ficarão 4,55% mais salgadas e a iluminação pública 5,73% mais custosa.

O aumento foi um banho de água fria na expectativa de redução no cálculo da Aneel. No final do mês de março, em audiência pública realizada na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, o deputado estadual Eduardo da Fonte (PP-PE) havia divulgado que a diretoria da agência presente na ocasião teria refeito as contas e passou a apontar queda de 1,81% para os clientes residenciais em Pernambuco. Em média, a redução na conta de energia alcançaria 3,45%.

A previsão de diminuição era uma reviravolta nos cálculos preliminares da Aneel e tinha como justificativa um decreto presidencial do começo de março autorizando as distribuidoras de energia de todo o País a usarem recursos da chamada Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para aliviar o impacto das térmicas em seus caixas.

Com a falta de chuva desde o ano passado, os reservatórios das hidrelétricas estão com níveis baixos e as termelétricas rodam em ritmo total, produzindo uma energia mais cara. Esse encarecimento seria repassado para os consumidores.

Tanto que, no pedido original de revisão tarifária, a Celpe apontava um gasto de R$ 169 milhões por conta da compra de energia gerada pelas termelétricas. Isso seria a principal justificativa para a Aneel, no último dia de fevereiro, em audiência pública no Recife, ter apontado números preliminares de 6,02% de elevação para os clientes residenciais.

O processo de revisão tarifária analisa, a cada quatro anos, o chamado equilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras de energia. É diferente do reajuste, que acontece todos os anos, exceto naqueles em que há revisão. Ou seja, em 2013 não haverá mais mudanças na tarifa paga pelos pernambucanos. Em 2012, o reajuste médio foi de 5,41%.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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