sábado, 13 de abril de 2013

Governo indica alta de juro apesar do recuo da economia

IBC-Br cai 0,52% em fevereiro e Mantega fala em "tomar medidas não populares" contra a inflação.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizaram ontem que o Copom pode elevar em breve a taxa de juros, hoje em 7,25% ao ano, para frear a inflação. O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado anteontem, chegou a 6,59% no acumulado de 12 meses em março, acima do teto da meta (6,5%). "Vamos tomar medidas, mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros", disse Mantega. Tombini foi na mesma linha, afirmando que "não há nem haverá tolerância" com a alta dos preços. Eles falaram no mesmo dia em que foi divulgado o recuo de 0,52% em fevereiro, em relação a janeiro, do índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que serve como termômetro da economia. Apesar do resultado, a expectativa é de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fique próximo de 1% no primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. No Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff reagiu às críticas à política econômica.

Economia recua em fevereiro e governo sinaliza alta dos juros contra a inflação

Eduardo Cucolo

BRASÍLIA - No mesmo dia em que o Banco Central (BC) divulgou um indicador mostrando que a atividade econômica apresentou em fevereiro a maior queda desde 2005, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, indicaram ontem que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá elevar em breve os juros para frear a inflação, que em março superou a meta oficial.

Considerado pelo mercado como um termômetro do ritmo da economia, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) recuou 0,52% em fevereiro em relação a janeiro, quando o indicador apontou alta de 1,43%, também na comparação mensal. Em conjunto, os números indicam que a economia brasileira acelerou no início de 2013.

No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu em 6,59% no acumulado de 12 meses, acima do teto (6,5%). Em São Paulo, Mantega avaliou que a pressão inflacionária é passageira, por causa dos alimentos, mas prometeu medidas para controlar os preços. "O governo tem dado atenção ao combate da inflação e posso assegurar que em 2013 não será diferente. Vamos tomar medidas, mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros." Já o presidente do BC declarou, no Rio, que "não há nem haverá tolerância com a inflação". "Estamos monitorando atentamente todos os indicadores e, obviamente, no futuro, vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária."

Ímdice. O mercado entendeu as declarações como um sinal de que os juros podem subir em breve, Pesou nesse cálculo o fato de o IBC-BR cair menos que o esperado por analistas. No acumulado em 12 meses até fevereiro, o dado indica expansão de 0,87%. A expectativa do governo e de analistas do setor privado é fechar este ano em 3%.

Os números do bimestre e dados preliminares de março levaram vários economistas a prever alta do Produto Interno Bruto (PIB) próxima de 1% nos três primeiros meses do ano em relação ao último trimestre de 2012, quando a expansão ficou em 0,6%. Para os três meses seguintes, porém, a expectativa é de desaceleração.

Juros. O IBC-BR contribuiu para aumentar as apostas de alta de juros em abril, embora o mercado continue dividido em relação às expectativas para o próximo Copom. O encontro seguinte do comitê será em 29 de maio, mesma data da divulgação dos dados do PIB do primeiro trimestre.

Para Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, o índice do BC reforça a avaliação de crescimento anualizado acima de 4% no trimestre passado e a necessidade de alta dos juros em abril.

Fonte: O Estado de S. Paulo

2 comentários:

Wilsinho disse...

Na minha humilde opinião não é momento para elevar as taxas de juros, pois seu reflexo é maior no consumo dos bens duráveis e a inflação atual não está neste segmento. Para combater a elevação inflacionária neste momento deve-se buscar agir com instrumentos que possam reduzir os preços dos gêneros alimentícios através de maior controle e gerenciamento da produção agrícola, com campanhas de controle de preços para que a população busque e tenha sempre alternativas para buscar o menor custo. Importar produtos que estejam com preços descontrolados, etc... Parace que o Governo entrará num novo ciclo de equívocos, motivado por falta de planejamento e instrumentos alternativos de controle inflacionário. Não sou economista e sim Administrador e vejo com clareza caminhos que nossa Administração pública teima em não perceber.

Wilsinho disse...

Na minha humilde opinião não é momento para elevar as taxas de juros, pois seu reflexo é maior no consumo dos bens duráveis e a inflação atual não está neste segmento. Para combater a elevação inflacionária neste momento deve-se buscar agir com instrumentos que possam reduzir os preços dos gêneros alimentícios através de maior controle e gerenciamento da produção agrícola, com campanhas de controle de preços para que a população busque e tenha sempre alternativas para buscar o menor custo. Importar produtos que estejam com preços descontrolados, etc... Parace que o Governo entrará num novo ciclo de equívocos, motivado por falta de planejamento e instrumentos alternativos de controle inflacionário. Não sou economista e sim Administrador e vejo com clareza caminhos que nossa Administração pública teima em não perceber.