quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pressa para chegar em 2014

Para garantir um palanque forte para uma candidatura a presidente de Aécio Neves, integrantes do PSDB querem organizar já as eleições no estado e lançar candidatos para cargos majoritários

Alessandra Mello

O PSDB mineiro quer que o governador Antonio Anastasia (PSDB) defina ainda este ano se pretende disputar o Senado. É que o partido em Minas Gerais dá como certa a candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB), por isso quer organizar um palanque forte para o tucano em seu estado. Em maio, Aécio deve ser conduzido ao cargo de presidente do PSDB nacional – passo fundamental para sua candidatura no ano que vem ao Palácio do Planalto – com o apoio de caciques como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Assim que o senador assumir o comando do partido no Brasil, o PSDB mineiro quer começar a organizar as eleições no estado. Para isso não descarta a possibilidade de abrir mão de indicar um candidato ao Palácio da Liberdade para atrair aliados de outra legenda para a candidatura presidencial de Aécio, mas quer ter alguns de seus filiados nas disputas majoritárias, caso do Senado, por exemplo. Se Anastasia topar disputar, quem assume o comando do estado é o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), um dos pré-candidatos da base aecista ao governo de Minas. Nesse caso, o PSDB pode apoiar Pinto Coelho e indicar seu vice. Assim que a eleição de Aécio para o PSDB nacional estiver selada, o partido quer uma sinalização do governador Anastasia. "Nem que seja de bastidores, só para a gente começar a preparar nossa chapa", afirma um tucano .

A atual direção do PSDB mineiro deve ser mantida na convenção marcada para o dia 27, na Assembleia Legislativa. Os deputados federais Marcus Pestana e Domingos Sávio devem ser reconduzidos aos cargos de presidente e vice-presidente da legenda. Parte do diretório estadual deve ser renovada para dar espaço para as mulheres, que, de acordo com uma resolução do comando nacional, devem ocupar um terço dos postos de comando, e também para os prefeitos das maiores cidades, representantes da ala sindical e da juventude do partido, vereadores e outras lideranças.

"Nossa prioridade é dar um bom suporte em Minas para o projeto Aécio presidente", afirma Domingos Sávio. Apesar disso, segundo ele o partido não pode participar da eleição sem candidatos na chapa majoritária. O temor do deputado é de que as definições sobre os cargos mais cobiçados sejam deixadas para a última hora. Para ele também seria um desperdício não aproveitar um quadro como Anastasia. "Por melhor que seja o governante, o parlamentar, se ele não disputa uma eleição, se não vai para o embate, caminha para o esquecimento", afirma o deputado, que confessa torcer para que o governador aceite disputar o Senado.

Disposição O secretário-geral do PSDB nacional, deputado federal Rodrigo de Castro, também cotado para disputar o governo de Minas, disse que toda a atenção do partido está voltada para a sucessão nacional. "É mais do que natural que um partido que tenha candidato a presidente se coloque à disposição para negociar uma rede de apoios com outras legendas. Para isso, talvez seja preciso abrir mão de algumas candidaturas". Mas, segundo ele, o desejo do partido sempre é ter um nome próprio. Para Castro, a candidatura de Aécio está consolidada, principalmente depois do encontro com o PSDB de São Paulo, avaliado por ele como "extremamente positivo" para o senador. Otimista, Castro aposta no apoio do ex-governador de São Paulo José Serra à candidatura do mineiro. Segundo ele, todas as alas do partido terão espaço na nova direção nacional, que será conduzida por Aécio.

Fonte: Estado de Minas

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