quarta-feira, 17 de julho de 2013

Abin avalia que protesto é ameaça na visita do papa

‘Grupos de pressão’ aparecem como a maior preocupação da agência tanto no Rio como em Aparecida

A uma semana da Jornada Mundial da Juventude, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vê as manifestações nas ruas como a maior “fonte de ameaça” à visita do papa Francisco, tanto em Aparecida como no Rio. Apesar do monitoramento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito Siqueira, diz que os protestos não serão um “problema”. O alerta estava exposto em painel de informações na Abin, em Brasília, durante visita aberta a jornalistas. No Rio, aparecem como “fontes de ameaça” incidentes de trânsito, crime organizado, organizações terroristas, movimentos reivindicatórios, grupos de pressão e criminalidade comum. Mas o alerta vermelho é com os “grupos de pressão”. Durante a Jornada, o fluxo de turistas deve provocar recorde na movimentação dos aeroportos do Rio, com média de 70 mil passageiros por dia.

Abin vê protestos nas ruas como principal ameaça durante visita do papa

Alerta na Jornada. No Rio, movimentos reivindicatórios e criminalidade comum aparecem em seguida na lista de preocupações do governo; em Aparecida, são listados de grupos de pressão a organizações terroristas, mas não há indícios de manifestações.

Rafael Moraes Moura

BRASÍLIA - A uma semana da Jornada Mundial da Juventude a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vê as manifestações nas mas como a maior “fonte de ameaça” à visita do papa Francisco, tanto em Aparecida quanto no Rio.

Apesar do monitoramento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general de Exército José Elito Siqueira, acredita que os protestos não serão um “problema” para o evento.

O alerta foi mostrado em um painel de informações disposto em uma sala do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), dentro da própria Abin, em Brasília, durante visita do ministro Elito às instalações. O GSI convidou os jornalistas para acompanhar a visita.

No painel dedicado ao Rio, por exemplo, aparecem as seguintes “fontes de ameaça”: incidentes de trânsito, crime organizado, organizações terroristas, movimentos reivindicatórios, grupos de pressão e criminalidade comum. São três os níveis de alerta: verde (baixa possibilidade de incidentes), laranja (média possibilidade) e vermelho (alta possibilidade).

O maior nível de preocupação, que recebeu alerta vermelho, é com os chamados “grupos de pressão”. “Diante das ações dessa fonte percebidas no País nos últimos meses, associadas às ações internacionais relacionadas a grandes eventos desse teor, considerou-se tendência de manifestação positiva durante o evento”, informava o painel às 10h52 de ontem.

No Rio, aparecem com níveis de alerta laranja os “movimentos reivindicatórios” e a “criminalidade comum”. Sobre o primeiro, o painel informava que, “apesar de iniciativas de caminhoneiros, médicos e sindicatos variados promovendo manifestações/greves nas últimas semanas, não há subsídio suficiente para estabelecer tendência para esta fonte de ameaça”. Sobre a criminalidade, o painel destaca que segundo os dados estatísticos, os índices de criminalidade desta região estão de acordo com a normalidade”.

Segundo o Estado apurou, o protesto de categorias - corno de centrais sindicais, caminhoneiros e médicos - se enquadra nos “movimentos reivindicatórios”, enquanto a Abin considera como “grupos de pressão” manifestações difusas, sem uma causa específica.

O painel é abastecido por informações diariamente, a cada hora, e atualizado sempre que chega uma informação nova, explica o diretor do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da Abin, Carlos Ataídes.

Sobre o crime organizado, a Abin considera que, no histórico de organizações criminosas no Rio, “inexistem registros de ações objetivando atingir diretamente a realização de eventos”. Quanto a organizações terroristas, o painel informa que, “diante da ausência de indicativos de que essa fonte vai se manifestar durante o evento, sua tendência de atuação foi avaliada como negativa”.

Sio Pauto. A Abin lista três fontes de ameaça em Aparecida, que receberá a visita do papa Francisco daqui a uma semana, no dia 24; grupos de pressão. (alerta verde), organizações terroristas (verde) e movimentos reivindicatórios (alerta laranja).

“Não há indício, até o momento, de manifestações na região do Santuário de Nossa Senhora Aparecida”, informava o painel às 10h52, de ontem.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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