sábado, 13 de julho de 2013

PF diz que não houve crime em boatos do Bolsa Família

A Policia Federal concluiu que o boato sobre o cancelamento do Bolsa Família, que em maio causou tumulto em agências da Caixa, se espalhou de forma "espontânea". Disse ainda que a antecipação do pagamento do beneficio pela Caixa ajudou a provocar o problema. À época, ministros falaram em "orquestração" e a presidente Dilma Rousseff chamou o episódio de "criminoso".

Comunicado da PF: "Conclui-se, assim, pela inexistência de elementos que possam configurar crime ou contravenção penal".

Boato do Bolsa Família foi ‘espontâneo’

A Polícia Federal concluiu ontem que o boato sobre o cancelamento do Bolsa Família, que em maio causou tumulto em agências da Caixa Econômica Federal e em lotéricas do Nordeste e da Baixada Fluminense, se espalhou de forma “espontânea”, sem uma articulação criminosa. Os agentes afirmam ainda que a antecipação do pagamento do benefício feito pelo banco naquele mês ajudou a causar toda a confusão.

O fim da investigação derruba a interpretação da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, que escreveu na sua conta no Twitter que a notícia falsa devia ser da “central de notícias da oposição”. Em tom menos incisivo, o ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça, sugeriu que a confusão foi “orquestrada”. A presidente Dilma Rousseff chegou a classificar o episódio como “criminoso”.

“Conclui-se pela inexistência de elementos que possam configurar crime ou contravenção penal”, afirma o comunicado de ontem da Polícia Federal Maria do Rosário, Cardozo e Dilma não haviam comentado o assunto até a conclusão desta edição.

A investigação durou 54 dias. Os agentes da Divisão de Crimes Cibernéticos ouviram 64 gerentes da Caixa e 1S0 pessoas que souberam do boato por telefone e pela internet nos Estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio. Os agentes federais perceberam que o maior número de saques das contas no final de semana de maio que ocorreu a série de tumultos foi registrado nas agências da Caixa em Ipu, no Ceará, e Cajazeiras, na Paraíba.

“Entre os motivos que levaram os demais beneficiários às j agências bancárias, constam a ciência da antecipação do pagamento por motivos diversos, a informação de um possível adicional em virtude do dia das mães e a notícia de um suposto cancelamento do programa, respectivamente”, afirma a nota.

Na sexta-feira do dia 17 de maio, a Caixa antecipou, por questões de ordem técnica, o pagamento de beneficiários que só viriam a receber no decorrer do rosto do mês - o repasse mensal do Bolsa Família é escalonado.

A assessoria de imprensa da Polida Federal ressaltou, no começo da noite, que aos agentes coube avaliar só se houve configuração de crime, e não uma posroá gestão do banco.

Durante a investigação, os agentes identificarei m que uma postagem em uma rede social feita pela filha de uma beneficiária da cidade de Cajazeíras foi a primeira, menção na internet sobre o assunto.

A mensagem informou apenas que a mãe da internauta tinha antecipado o saque. A polícia afirma que, no geral, “a internet e as redes sociais apenas reproduziram notícias veiculadas pela imprensa sobre os tumultos em agências bancárias"".

Os agentes também descartaram a utilização de rádios comunitárias, telemarketing ou empresa contratada para disseminar os boatos. Ao longo da investigação, fontes da polícia e do governo chegaram a propagar que uma empresa de telemarketing do Rio foi a origem do boato de cancelamento. A partir daí agentes suspeitaram de urna estratégia eleitoral de um grupo para atacar o governo, o que não veio a se configurar.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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