domingo, 25 de agosto de 2013

Painel - Vera Magalhães

Jogo de empurra
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral criticam, em conversas reservadas, a estratégia adotada pela ex-senadora Marina Silva para a criação da Rede Sustentabilidade. Para eles, Marina quer "jogar no colo'' do TSE a responsabilidade de atestar a autenticidade das assinaturas de apoio ao partido. "Todos sabem o tempo que leva para se reconhecer uma única firma em cartório. Agora imagine autenticar 500 mil assinaturas deixadas no balcão na undécima hora", diz um ministro.

Lição de casa Membros do TSE dizem que a diferença da Rede para outras siglas, como PSD e PEN, é que, nesses casos, o tribunal apenas consolidou as assinaturas já reconhecidas e autenticadas.

Tic-tac 1 Tribunais de sete dos nove Estados que foram alvo de reclamações formais da Rede afirmaram, em ofícios em resposta à corregedoria do TSE, que os prazos de certificação foram cumpridos na maioria dos cartórios e que atrasos foram pontuais.

Tic-tac 2 Em Pernambuco, o TRE alega que 107 das 114 zonas eleitorais fizeram o trabalho no tempo correto.

Das ruas Diante do cenário de incerteza, ministros do TSE temem que sejam convocadas manifestações em frente ao tribunal caso o partido de Marina não seja criado a tempo para que ela se candidate à Presidência, em 2014.

Inflação Prestes a obter seu registro, o Solidariedade, partido articulado por Paulinho da Força, teve assinaturas de apoio questionadas pelo TRE paulista. Em Suzano, um cartório registrou que 33 eleitores que apareciam nos registros da legenda negaram ter assinado os documentos.

Quem? E enquanto a segunda colocada nas pesquisas enfrenta dificuldades para viabilizar seu partido, advogados e políticos dão como certa a criação do PROS (Partido Republicano da Ordem Social), sem nenhum expoente de peso à frente.

Nicho 1 Aécio Neves (PSDB) quer usar o programa do partido na TV, em setembro, para se dirigir a um público específico: os jovens das classes B2, C1 e C2. Pesquisas encomendadas pelos tucanos mostram que esse segmento contribui, em média, com 60% da renda familiar.

Nicho 2 O discurso para o jovem que cursou universidade e trabalha será que o Estado deve garantir meios para ele empreender, palavra-chave do novo discurso tucano.
Descolado Na TV, Aécio deve aparecer falando em tom descontraído com jovens de todo o país. Vai usar uma expressão que ouviu da filha, Gabriela, ao abordar os eleitores: ''papo reto''. "Esse público não gosta de ser enrolado por político'', justifica.

Estiva Eduardo Campos (PSB) falará novamente a empresários paulistas na terça-feira. O governador pernambucano estará no Fórum Santos Export, que reunirá representantes do setor portuário.

Olho no... O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresenta amanhã emenda a projeto do colega Jorge Viana (PT-AC) de minirreforma eleitoral para limitar em R$ 700 per capita as doações eleitorais de pessoas físicas.

... relógio O projeto de Viana proíbe doações de empresas nas campanhas. Para Suplicy, a proposta é a única viável de ser aprovada em tempo de valer já para as próximas eleições.

Foco Na investigação interna sobre as denúncias de cartel em licitações de metrô e trem, a corregedoria do governo paulista deu prioridade a depoimentos de representantes das empresas, em vez de servidores públicos. Dirigentes de quase todas as firmas já foram ouvidos.

Tiroteio

A população quer médicos preparados e humanistas, e não as reações rancorosas e medievais da oposição sobre os cubanos.
DO LÍDER DO PT NA CÂMARA, JOSÉ GUIMARÃES (CE), a respeito de declarações dadas por políticos oposicionistas sobre a vinda de médicos cubanos ao país.

Contraponto

Boca-livre contra a crise
O governador Eduardo Campos (PSB) falava, depois de palestra para empresários do setor da construção civil, em São Paulo, na semana passada, sobre as dificuldades fiscais enfrentadas pelos Estados diante do baixo crescimento da economia.
-O cenário exige cautela e responsabilidade dos governantes -afirmou para empresários e jornalistas.
Em seguida, brincou com os anfitriões:
-Eu, por exemplo, estou aceitando todos os convites para almoços como este, porque é um jeito de economizar os gastos com custeio.

Com Andréia Sadi e Bruno Boghossian

Fonte: Folha de S. Paulo

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