sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Marina rebate marqueteiro de Dilma e diz que ‘união de anões poderá trazer coisa nova’

À revista Época, João Santana declarou que Dilma vai ganhar no 1º turno porque ocorreria ‘antropofagia de anões’ entre a ex-senadora e Eduardo Campos

Governador de Pernambuco voltou a afirmar que o nome do cabeça da chapa ainda não está definido

Sérgio Roxo

SÃO PAULO - A ex-senadora Marina Silva disse nesta quinta-feira que a sua aliança com o governador de Pernambuco Eduardo Campos é uma “união de anões”, numa ironia à declaração dada pelo marqueteiro da presidente Dilma, João Santana. Em entrevista à revista Época do último fim de semana, Santana foi enfático: “A Dilma vai ganhar no primeiro turno, em 2014, porque ocorrerá uma antropofagia de anões. Eles vão se comer, lá embaixo, e ela (Dilma), sobranceira, vai planar no Olimpo”.

— Acho que essa união de anões poderá nos trazer uma coisa nova — salientou a ex-senadora.

Campos e Marina almoçaram nos Jardins, em São Paulo, e, no encontro, decidiram que no dia 29 será realizada uma reunião entre integrantes da Rede e do PSB para iniciar os debates sobre o conteúdo programático da aliança. O documento servirá de base para o programa de governo para a eleição presidencial do próximo ano.

O governador pernambucano afirmou que o nome do cabeça da chapa ainda não está definido, e só será discutido em 2014.

— É preciso começar a aliança não pelos nomes, é preciso começar pelo conteúdo — disse Campos.

Para o presidente do PSB, se o acordo com a Rede nascesse com o nome do cabeça de chapa já definido estaria se repetindo “os mesmos erros” da política tradicional. Ele descartou uma disputa com a ex-senadora, que aparece à frente nas pesquisas de intenção de voto, pelo posto.

— Se alguém imagina que vai ter problema entre Marina e eu para que a gente possa organizar isso está redondamente enganado.

Marina disse que endossava as palavras de Eduardo e que a união entre Rede e PSB quer inverter a lógica da política brasileira.

— O que acontece tradicionalmente: faz-se uma aliança eleitoral, ganha-se o governo e depois inventa-se o programa.

A ex-senadora fez ainda uma referência indireta à decisão do deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais nomes da bancada ruralista, de romper as negociações para apoiar Campos nas eleições do próximo ano e disse que estará com o senador Aécio Neves (PSDB), em 2014.

— Obviamente que aqueles que não compreenderam que não dá mais para continuar nesse ciclo vicioso (da política tradicional), até já (estão) procurando outros lugares para poder ficar na mesma frequência.

Fonte: O Globo

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