quinta-feira, 17 de outubro de 2013

PSB atribui a Marina tarefa de polarizar com Dilma

Campos usará tom ameno: "não vamos fazer o debate no ringue" afirmou

Maria Lima

BRASÍLIA- Entre as estratégias da chapa Eduardo Campos e Marina Silva, traçadas ontem para enfrentar a superestrutura da campanha de reeleição do PT, ficou definido que a ex-senadora continuará na linha de frente, polarizando com a presidente Dilma Rousseff, e levando-a a "morder a isca". Campos também continuará fazendo críticas, mas em tom mais ameno porque saiu há pouco do governo. Daqui a dois meses, em dezembro, Marina e Campos vão iniciar uma maratona de viagens juntos para cobrir todos os estados.

— Se depender de nós, não vamos fazer o debate do Brasil no ringue. Não é nosso jeito de fazer política — disse Campos na reunião de ontem.

Mas, na apresentação da cúpula da Rede feita ontem por Marina na reunião do Diretório Nacional do PSB, chegou-se à conclusão de que Dilma "não tem estômago de avestruz" e não aceitará calada as críticas. Os socialistas co-memoram o fato de a presidente estar polarizando o embate com eles, e não com o tucano Aécio Neves (MG).

— Nossa expectativa era que, sob orientação de João Santana, ela polarizasse com Aécio. Mas esse tipo de polarização conosco nos fortalece — avaliou o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ).

Marina, em sua fala, reconheceu que há desafios a serem superados para que ja coligação com os socialistas prospere: — Estou sentindo um ambiente de muita esperança no Brasil com o anúncio da coligação da Rede com o PSB. Mas temos desafios grandes a superar. Um deles é ficar permanentemente coerentes com o que estamos falando.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) prestigiou a reunião e previu que o jogo ; será pesado, afirmando que Dilma e o PT vão usar vagas em 12 ministérios para, na hora certa, barganhar e fazer ""agrados" a novos aliados contra os adversários. Marina disse que, neste caso, o troco será a campanha da "postura contra a estrutura" E comentou declarações do marqueteiro João Santana, sobre a autofagia dos "anões" como ele chamou os candidatos da oposição:

— Os anões vão se unir para fazer a pirâmide do gigante. Vamos todos dar as mãos e fazer uma pirâmide para levar Eduardo Campos nos ombros até o Planalto.

O governador, por sua vez, alertou para a tentativa dos adversários de insuflar a disputa dos dois pela cabeça de chapa:

— Vão tentar colocar cascas de banana e tentar nos intrigar.

Na véspera, ao ser entrevistado pelo canal católico Rede Vida, Campos se colocou como o candidato que irá para o segundo turno e criticou "a falta de credibilidade do governo Dilma e o caos em áreas estratégicas" como Saúde, Educação e Segurança.

Fonte: O Globo

Nenhum comentário: