quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Gleisi rebate críticas de Campos à falta de diálogo com empresas

Para a petista, Marina dificulta interlocução do PSB com o campo

Natuza Nery

BRASÍLIA - A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, rebateu ontem críticas do ex-aliado e virtual candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) sobre a ausência de diálogo do governo com o setor privado, especialmente com o mundo agrícola.

Em uma referência indireta à aliança do pernambucano com a ex-senadora Marina Silva, parceria vista com preocupação pelos empresários do campo, a chefe da Casa Civil recorreu à ironia. "Discurso fácil e radical não resolve o problema e não é bom para o Brasil. O governador deveria olhar bem à sua volta e ver que o problema de interlocução com o campo não está no governo."

A união de Campos com Marina é vista com ressalva pelo setor rural e fez com que ele abrisse mão do apoio do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos líderes da bancada ruralista, mas visto como um adversário ideológico pelo grupo de Marina.

Para desfazer eventuais resistências a seu nome em razão dessa aliança, o próprio Eduardo Campos tem feito um périplo junto a representantes do setor com a ajuda de Roberto Rodrigues, ex-ministro de Lula (Agricultura).

"Eu sou de um Estado agrícola e sei o que estamos fazendo. Lá e nas grandes regiões produtoras, estamos bombando, como dizem os jovens", afirmou Gleisi: "Quero crer que as declarações do governador devem ser por desconhecer o setor e das políticas do governo".

Segundo Gleisi, o governo esgotou as grandes pautas do agronegócio, ampliando créditos, reduzindo as taxas de juros, ampliando financiamentos e estruturando uma política de seguro agrícola.

"Ele diz que não tem interlocução, mas todo plano safra é resultado de uma interação constante com os setores produtivos", afirmou. Para ela, o que o governo faz é mediar os interesses e fazer com que ninguém tenta perdas, nem os empresários, nem o cidadão. "Parece que o governador está forjando crítica para se defender."

Fonte: Folha de S. Paulo

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