quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Painel - Vera Magalhães

Torneira fechada
A ordem do Planalto para impedir a votação de projetos considerados "bombas fiscais" --que ampliam despesas, como reajustes de servidores-- tem como objetivo evitar o desgaste que Dilma Rousseff terá se precisar vetá-los. O governo está em alerta diante do quadro de piora fiscal. A exceção na política de pé no freio é a renegociação da dívida de Estados e municípios. Embora seja uma sinalização ruim ao mercado, o acordo para sua votação foi avalizado pela presidente.

Desarme O PMDB na Câmara discute com a base aliada alteração no projeto de lei que fixa o piso nacional dos agentes de saúde. O novo texto repassaria a conta aos municípios, contornando o temor do governo sobre o peso da proposta no Orçamento.

RH Dilma espera a eleição interna do PT para discutir com a nova cúpula a troca de ministros que serão candidatos. Quer nomes para o lugar de Pepe Vargas e Maria do Rosário no Desenvolvimento Agrário e nos Direitos Humanos, pastas da cota petista.

Soft power A presidente também quer voltar a discutir os palanques regionais. A leitura do Planalto é que ter apoio do PT nos Estados é mais importante para as siglas aliadas que ocupar uma pasta por apenas um ano.

Olá... O Planalto pretende lançar no início de dezembro, com presença de Dilma, o projeto Participa.BR, que criará no portal Brasil mecanismos de consulta popular sobre minutas de projetos de lei e políticas públicas.

... internautas Haverá ainda mecanismo para a realização de "hangouts" (conversas) com ministros. O projeto será tocado pela Secretaria-Geral da Presidência.

Agrega valor Dilma e seus auxiliares no Planalto incentivaram a formação do bloco entre PP e Pros na Câmara para tentar neutralizar dissidências do PP. Nas palavras de um interlocutor da presidente, havia uma "preocupação" em relação à sigla.

Café com leite O maior entusiasta da ideia de um vice paulista para a chapa presidencial de Aécio Neves (PSDB-MG) é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O mais cotado é o senador Aloysio Nunes Ferreira.

Olho da rua A Prefeitura de São Paulo abriu inquérito administrativo para demitir os quatro auditores fiscais que foram presos por fraude na arrecadação de ISS. Eles são acusados de violar sete pontos do estatuto do servidor. O prazo para a conclusão é de 90 dias, prorrogáveis.

Só que não Paula Nagamati, auditora que chefiou o gabinete do ex-secretário Mauro Ricardo (Finanças) e que foi exonerada ontem da pasta de Desenvolvimento e Assistência Social, integrou o Comap, conselho encarregado de zelar pela "legalidade e moralidade" da gestão.

Soletrando O juiz Emílio Migliano Neto, que suspendeu o reajuste do IPTU em São Paulo, pediu desculpa na decisão por ter escrito "sansão" em vez de "sanção". Ao se justificar, disse que usava a palavra com "s" na área criminal --sem se dar conta de que também está errado.

Timing A despeito da resistência de Marina Silva, o PSDB paulista espera que Eduardo Campos (PSB) e o governador Geraldo Alckmin acertem o apoio socialista à sua reeleição, em conversa que está marcada para a próxima semana em São Paulo.

Visita à Folha Murilo Ferreira, diretor presidente da Vale S.A., visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Luiz Sales, publicitário, Mônica Ferreira, gerente geral de assessoria de imprensa, e Clóvis Torres, consultor geral.

Tiroteio

"A Justiça age a serviço dos ricos ao barrar o projeto do IPTU, que favorece os mais pobres e foi aprovado de acordo com o regimento."

DO VEREADOR ALFREDINHO, líder do PT na Câmara, sobre liminar concedida pelo Tribunal de Justiça paulista que suspende reajuste do imposto na capital.

Contraponto

Filho do vento

Ao final de uma reunião da CPI do Tráfico de Pessoas, realizada no Pará, o deputado Bala Rocha (SDD-AP) tomou a palavra para expor a situação na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. Antes, a discussão tinha versado também sobre o contrabando de armas.

Sentindo apreensão da plateia quando foi anunciado pelo apelido, preferiu se justificar, arrancando risos:

--Como estamos em uma CPI que trata da violência, quero esclarecer que o Bala do meu nome nada tem a ver com o assunto. O apelido vem do futebol, diziam que eu era rápido e, por isso, ficou no nome parlamentar.

Fonte: Folha de S. Paulo

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