sábado, 9 de novembro de 2013

Serra critica PSDB e vê partido complexado

Ex-governador compara legenda com personagem Madame Bovary e afirma que sigla quer ser 'aceita pelo PT'

Tucano sinaliza que 'critérios regionais' não deveriam ser utilizados para definir candidato a presidente em 2014

Marina Dias

SÃO PAULO - O ex-governador paulista José Serra fez ontem duras críticas ao PSDB e afirmou que seu partido tem necessidade de "ser aceito pelo PT".

Ele usou o termo "bovarismo", em referência ao romance "Madame Bovary", de Gustave Flaubert, para descrever um dos problemas da sigla.

"Me desculpem as mulheres, porque é mais complexo que isso, mas a madame Bovary queria ser aceita pelo outro. Ela vai à loucura, quebra a família, trai o marido com Deus e o mundo para ser aceita. E o PSDB tem um pouco de bovarismo, de precisar ser aceito pelo PT", disse Serra durante palestra no Diretório Estadual do PSDB paulista.

Serra fez críticas veladas ao senador Aécio Neves (MG), favorito no PSDB para disputar a Presidência: "O PT faz um leilão mal feito como o do campo de Libra. E o que faz o PSDB? Sai dizendo: Olha aí, eles sempre foram contra a privatização e agora estão fazendo a privatização'. Isso dá voto? Nenhum", disse Serra.

O paulista disse que, no PSDB, "se confunde o fato de que a economia deve ser aberta com a ideia de que o mercado vai resolver tudo": "É um desvio do mercadismo".

Serra afirmou ainda que é um erro fazer uso do "regionalismo" para pautar decisões pré-eleitorais: "A questão regionalista acaba pesando e se supõe que um partido como o PSDB possa transcender essas questões para que esses instrumentos não sejam usados nas lutas internas".
Na mesma semana em que Aécio se reuniu com FHC e Geraldo Alckmin para discutir a antecipação de sua candidatura, Serra disse que o debate não pode ser feito por "colunas de jornais" e que "os tucanos estão entrando nessa".

"Colunismo é a maneira de fazer política pelas colunas de jornais e não no debate. Chegou aqui a notícia de que roubei o Aloysio Nunes do Aécio, que está em Manaus." Bem-humorado, o senador disse: "Você não precisa me roubar. Sou seu".

Fonte: Folha de S. Paulo

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