terça-feira, 3 de dezembro de 2013

No mesmo tom dos prefeitos

Tucanos e aliados pré-candidatos ao governo de Minas reúnem mais de 100 chefes de Executivo em Montes Claros para cobrar do Palácio do Planalto melhor distribuição de recursos públicos

Luiz Ribeiro

Falar a mesma a língua dos prefeitos, que estão em pé de guerra com a União por causa das quedas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Esse foi o esforço feito pelos pré-candidatos a governador tucanos e da base aliada durante encontro com os gestores municipais do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri ontem, em Montes Claros. O evento fez parte da estratégia para impulsionar a pré-candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) a presidente da República. Mesmo ausente – ele não pôde comparecer por motivos particulares –, o nome do senador esteve em destaque, sendo exibido em um telão e citado pelos oradores.

Participaram do encontro o governador Antonio Anastasia e o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Dinis Pinheiro (PP); o presidente estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana; e o ex-ministro Pimenta da Veiga (PSDB), que estava na cidade desde domingo, quando participou de reunião com lideranças e manteve contatos com eleitores. De acordo com os organizadores, o evento, realizado no Automóvel Clube de Montes Claros, reuniu mais de 100 prefeitos.

Entre os oradores, a crítica mais contundente ao governo federal pela forma como vem tratando as prefeituras municipais veio do deputado Dinis Pinheiro. "Lamentavelmente, os prefeitos estão sendo tratados pela União como se fossem escravos", disparou. Ele afirmou ainda que o governo federal "está impondo uma situação de agiotagem aos estados, que, juntos, pagam cerca de R$ 6 bilhões de juros de dívidas por ano". Dinis defendeu o nome de Aécio como aquele que está preparado para "fazer do Brasil um país mais decente e mais ético".

A fala do presidente da Assembleia foi precedida pelas do prefeito de Rubelita, Inael Murta (PSDB), e de Angelo Roncalli (PSDB), ex-prefeito de São Gonçalo do Pará e ex-presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM). Alem de reclamar da queda de receitas, Murta cobrou mais atenção do Planalto para a convivência com a seca e para duplicação da perigosa BR-251, onde um acidente com um micro-ônibus de sua cidade, que transportava pacientes em busca de atendimento médico, resultou em 14 mortes, no último dia 25. Já Roncalli convocou os prefeitos para o movimento Dia do Basta, marcado para 13 de dezembro, quando pretendem realizar um grande protesto contra a redução dos recursos das prefeituras.

Versos O ex-ministro Pimenta da Veiga também direcionou as críticas para a União. "O governo federal fica com 70% das verbas públicas em Brasília e está deixando os municípios à míngua". Defendendo mudanças no pacto federativo, ele disse também que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) "está transformando o Brasil em um canteiro de obras inacabadas". O presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, falou da importância da união das lideranças mineiras em torno da candidatura de Aécio à Presidência da Republica. "Temos que nos unir para levar o sentimento de Minas e o nome de Aécio para o coração do Brasil", disse. O vice-governador Alberto Pinto Coelho recorreu aos versos de Luís de Camões para iniciar o seu discurso. "Cessa tudo que a antiga musa canta /Que outro valor mais alto se alevanta", citou o vice-governador para, em seguida, destacar importância da união do grupo suprapartidário em torno do nome de Aécio para presidente da República.

O governador Antonio Anastasia defendeu mudanças no pacto federativo para contemplar os municípios e falou da importância do protesto dos prefeitos marcado para 13 de dezembro. "A AMM lança o Dia do Basta para falarmos ao Brasil o que é a federação na prática. Temos que dizer às pessoas que lá, nas menores cidades – não só do grande Norte (de Minas), não só de Minas, mas em todo Brasil –, se faltam recursos para melhorar a educação, o transporte e a saúde, é porque mais de 70% de tudo que se arrecada vai para a esfera federal. E não há descentralização. Nós temos que fazer a descentralização", afirmou Anastasia.

Fonte: Estado de Minas

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