sábado, 11 de janeiro de 2014

Alberto Goldman: 2014 vai ser o diabo, mas vai ser o ano da virada

Já sabíamos que o ano de 2014 não seria bom para o Brasil. Mas, à medida que os dados, informações e análises vão chegando, a conclusão é de que é melhor que termine logo.

A começar porque é o ano das eleições e está claro que o PT não vai tombar suavemente. Vai cair atirando, e pesado. Durante 12 anos foi engordando o bucho, desfrutando o poder para si próprio, fazendo todas as estripulias imagináveis. Seu projeto pretérito de construir uma sociedade igualitária, democrática e pujante se apequenou diante da atração fatal do poder e da riqueza imediatos. Apodreceu. E como tudo que apodrece lança no ambiente, além de odores, vírus e bactérias mortais.

Viu-se já no início dos governos petistas. No período Lula, foi a operação de distribuição de dinheiro vivo para manter os apoios, mesmo aqueles que eram considerados fétidos, conforme já ficou provado. Só sobreviveram em 2006 e 2010 porque havia, lá fora e aqui dentro, um quadro econômico que levava o povo a preferir o status existente, ainda que apodrecido, a uma mudança para a qual não havia segurança.

No início do período Dilma Rousseff deu-se conta de que um número respeitável de ministros não tinha condições morais para permanecer. Foram dispensados, mas a maioria renasceu das cinzas, ainda que com outro nome. Tudo ficou como dantes.

Hoje petistas e aliados estão ainda mais incrustados no poder. A briga pelas fatias disponíveis é incruenta – Celso Daniel foi exceção, jorrou sangue – mas é feroz. Partidos e parlamentares governistas não estão nem aí com a candidatura presidencial de Dilma, muito menos com o interesse público, o que vale é o próprio pescoço. Depois, qualquer que seja o presidente eleito, vão se encostar…

Procuram manipular tribunais, inclusive superiores. Transformaram agências reguladoras – patrimônio do Estado – em repartições públicas a seu serviço. Veja-se o CADE. Privilegiam companheiros, ainda que despreparados, em detrimento de pessoas capazes e honestas. Só fazem aquilo que lhes pode dar recursos financeiros para as campanhas – e votos. São capazes de ofender e difamar, como fazem no momento com Eduardo Campos, um aliado tradicional que resolve – um direito que tem – tentar a candidatura presidencial.

São capazes de tudo, e um pouco mais. Interessa resolver a grave situação de atendimento da saúde da população? Para isso seria preciso muita capacidade de gestão, muito dinheiro e almejar obter resultados a médio e longo prazo. Mas não! Lançam um programa de cunho tipicamente publicitário/eleitoral, o Mais Médicos, de importação de alguns milhares de médicos cubanos que lá são produzidos como produto de exportação, sabe-se lá como, enquanto no Brasil, com quase 400 mil médicos em atividade e mais de 13 mil que se formam anualmente, não se busca uma solução duradoura para enfrentar a carência de profissionais nas regiões mais distantes e nas periferias das grandes cidades. A esse governo o futuro não importa. Interessam as próximas eleições.

Interessa resolver os graves problemas da nossa infra estrutura em transportes e energia? Depois de tantos anos e total insucesso, sem investimentos públicos ou privados, já no desespero, em um momento de total falta de credibilidade do governo federal, abrem as pernas para atrair investidores, ao custo da “flexibilização” dos termos contratuais e da concessão de financiamentos altamente atrativos subsidiados pelo poder público que deixam os empresários quase sem necessidade de aportar seus próprios recursos para a consecução dos negócios.

O resultado da balança comercial não é satisfatório? Lance-se mão da criatividade para inventar exportações e esconder importações. O resultado fiscal/financeiro assusta o mercado? Seja-se criativo e tente-se enganar os homens e mulheres que o operam como se fossem ignorantes e ingênuos operadores de bilhões e bilhões de reais, acrescentando receitas que não são resultado de atividades produtivas e adiando despesas que já deveriam ter sido liquidadas.

Enfim, é interminável o rol de malandragens dos governantes atuais. Vale tudo. É muita fumaça, muito teatro, muita falsidade, e informações apenas sobre o que desejam informar. Por exemplo, tentem obter o que já foi realizado no programa Minha Casa, Minha Vida para o povo de baixa renda, especialmente nos grandes centros onde a demanda é maior, que é onde a coisa mais pega. Tentei e não consegui.

Assim é, vão tentar “levando” até as eleições. Não querem perder a boquinha. E vão atirar pra todos os lados. Como ela já disse, vai ser o diabo…

Porém…. se formos capazes, corajosos e sinceros, eles vão ser derrotados.

Alberto Goldman, vice presidente nacional do PSDB

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