segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Apoio de Lula e Campos deve definir disputa em Pernambuco

A concorrência pela vaga no Senado tende a ser polarizada entre os candidatos indicados pelo PT e pelo PSB. Pesquisas recentes de intenções de voto demonstram que ambos têm condição de vencer as eleições deste ano

Patrycia Monteiro Rizzotto

O cenário pré-eleitoral de Pernambuco se tornou um terreno fértil para especulações. Com exceção do senador Armando Monteiro Filho, do PTB, candidato declarado ao governo, em busca do apoio do PT, não há candidatos oficialmente anunciados na disputa pelo Senado. A indefinição se deve a três fatores políticos. O primeiro deles é que o governador Eduardo Campos (PSB-PE) ainda não decidiu quem será o seu candidato à sucessão.

Da mesma forma, o PT não definiu se lançará candidato próprio ao governo. Outro aspecto relevante é que a campanha presidencial terá influência direta na eleição deste ano em Pernambuco. Todo o cenário será redesenhado no caso de uma aliança entre Aécio Neves (PSDB-MG) e Campos para o segundo turno da disputa presidencial, e do desempenho dos presidenciáveis de cada partido, inclusive dos candidatos do PT, ao longo das eleições. “Tudo pode acontecer”, afirma o cientista político Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Ele acredita que o pano de fundo do embate político eleitoral pernambucano neste ano será o confronto entre Campos e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. “O candidato de Eduardo Campos tem chances, pois 45% dos eleitores afirmam que pretendem votar num nome apoiado por ele. Por outro lado, 42% pretendem escolher alguém apoiado por Lula e Dilma”, prevê Oliveira. Entre os nomes cogitados para o Senado, está o do senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, que pode tentar a renovação do mandato, ao lado do candidato ao governo do PSB indicado por Campos.

No passado, Vasconcelos foi um aliado que se tornou desafeto político de Miguel Arraes, avô do governador, a quem sucedeu no comando do estado em 1999. Depois de cumprir dois mandatos sucessivos e se eleger para o Senado, em 2010 o peemedebista entrou na disputa pelo governo contra Campos, que ganhou a eleição logo no primeiro turno, com 82,84% dos votos e como apoio de Lula e Dilma. Mas, com o racha na aliança entre PSB e PT na eleição municipal de 2012, Vasconcelos, um antipetista, se aproximou de Campos.

Atualmente, seu nome desponta nas pesquisas de intenção de votos para o Senado. “Jarbas Vasconcelos tem carta branca do PMDB para negociar as eleições do estado com Eduardo Campos. O governador, por sua vez, afirmou recentemente que Vasconcelos será uma das primeiras pessoas que ele vai procurar para discutir a sucessão estadual. O vice-governador João Lyra Neto será outro nome convocado nessa fase de conversas”, afirma Dorany Sampaio, presidente do PMDB de Pernambuco. Se a candidatura de Vasconcelos for confirmada, irá tirar do páreo o ex-ministro da Integração Fernando Bezerra Coelho, do PSB.

Na disputa pelo Senado contra Vasconcelos, especula-se que o PT lance o ex-prefeito de Recife João Paulo, ao lado do senador Armando Monteiro. Essa é a composição que vem sendo defendida por Lula e Rui Falcão, presidente nacional do partido. Contudo, parte do PT local defende a candidatura de João Paulo ao governo estadual, por ele ser bem avaliado pela população e pela necessidade de fortalecer o palanque para Dilma. “Aposição do partido sobre tática eleitoral começou a ser sistematizada agora e ainda está em discussão.

Havendo aliança com o PTB, a prioridade na composição da majoritária é pela vaga do Senado. O nome mais lembrado até o momento é o do deputado federal João Paulo, mas outros nomes podem surgir”, afirma Teresa Leitão, presidente do PT local. Por fora, está o PSDB, que aderiu ao governo de Campos em dezembro, após oito anos de ferrenha oposição.

A intenção seria não lançar candidatos próprios ao governo do PSB em Minas Gerais, e do PSDB, em Pernambuco. Contudo, a união não é consenso em nenhum dos dois partidos. Por isso, ainda é possível emergir um candidato tucano na disputa pelo governo ou senado. “Ainda não está nada definido e não estamos fazendo articulações políticas para as eleições estaduais este ano”, afirma o deputado estadual Daniel Coelho, que vinha sendo cogitado para a disputa ao governo estadual. “De fato, o meu nome vinha sendo discutido, mas, por enquanto, estou me preparando para disputar uma das vagas na Câmara dos Deputados”, diz Coelho.

Fonte: Brasil Econômico

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