sábado, 25 de janeiro de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

No ritmo da eleição
Em ano eleitoral, as coisas andam em outro ritmo. Bem mais rápido. Tudo parece funcionar melhor. O futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, mal apareceu como escolha certa para ocupar o cargo e já receberá um grupo de médicos cubanos. Na semana que vem, quando ele, a presidente Dilma Rousseff e o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estarão em Cuba, 2 mil profissionais da ilha desembarcarão no Brasil para compor o Mais Médicos.
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A preocupação do Planalto com o resultado do programa é tamanha que Chioro já foi orientado a convencer o secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, à frente do Mais Médicos, a permanecer na pasta. Com a indicação de Chioro, Mozart, que esperava ser ministro, estava decidido a tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. A conversa entre os dois já está agendada.
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Com a chegada do novo grupo de cubanos, mais 891 participantes das inscrições individuais, faltarão 3.451participantes para que o governo atinja a meta de ter 13 mil profissionais no programa até o início de abril. Hoje, há 6.658 profissionais na iniciativa, sendo 5,4 mil cubanos. A medida é estratégica para as campanhas eleitorais, afinal, o programa será usado como principal vitrine na disputa de Dilma e Padilha na corrida ao Palácio do Planalto e ao governo de São Paulo, respectivamente.

Comitiva solidária
Na próxima semana, uma comitiva de senadores do PMDB, liderada por Renan Calheiros, desembarca em São Luís para prestar solidariedade à desgastada Roseana Sarney. O partido avalia que o pior já passou, mas é preciso fortalecer a governadora, que o PT teria jogado ao mar, apesar do socorro do governo por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Antena ligada
Setoristas do Planalto foram ao gabinete do ministro Gilberto Carvalho, no início da semana, parabenizá-lo pelo seu aniversário. Uma assessora da Presidência da República percebeu a movimentação e pegou "carona". Abriu a porta da sala e disse, com ar de surpresa, que também teria ido felicitar o ministro. Na verdade, o objetivo era outro: vigiar o que Carvalho falaria sobre reforma ministerial. O constrangimento foi geral.

No sacrifício
Subiu mesmo no telhado a escolha do empresário Josué Gomes como substituto do ministro Fernando Pimentel no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele não gostou dos registros, oriundos do Planalto, sobre a falta de apoio do empresariado a seu nome. De fato, os industriais o apoiam, mas os banqueiros dizem não. Ainda que ele recuse a oferta de Dilma, estreará na política em 2014, seja como vice de Pimentel na chapa para governador de Minas Gerais, seja dando uma prova de aceitação do sacrifício ao disputar o Senado contra o governador Antonio Anastasia, considerado imbatível.

Língua afiada
O deputado federal Sílvio Costa (PTB-PE) ironiza as análises políticas realizadas em ano eleitoral. "São duas coisas que não entendo: padre, que nunca casou, falar em problemas de casamento, e cientista político, que nunca disputou voto, falar sobre eleição", diz o parlamentar, defensor da Telexfree, acusada de aplicar golpes milionários.

Parece, mas não é/ Sabe aquele bicho estranho, com cara de pato, bico de pato, mas que não é pato? Assim é o ornitorrinco. O bichano poderia substituir o tucano em Pernambuco. Durante os dois mandatos de Eduardo Campos (PSB), o PSDB local se portou como oposição. Agora, o cacique pernambucano da sigla, Sérgio Guerra (foto), diz que "esse negócio de oposição é coisa de babaca". Vivendo e aprendendo.

Só em 2015/ A Abin, desgastada com a presidente Dilma por não ter detectado previamente os protestos que sacudiram o país em junho, teve o pedido de concurso negado para preenchimento de 230 vagas de agentes de inteligência. O "não" foi uma ordem direta da Presidência da República. Um novo pedido já foi encaminhado ao Ministério do Planejamento. Agora, se vingar, só em 2015.

Rombo/ O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) denunciou o ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Roberto Smith, e mais 10 dirigentes da instituição financeira pela prática de gestão fraudulenta. Segundo a denúncia do procurador da República Edmac Trigueiro, os ex-gestores teriam praticado irregularidades na administração dos recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), provocando um desfalque superior a R$ 1,2 bilhão.

Na penumbra/ O rombo teria acontecido após os dirigentes do BNB autorizarem pelo menos 52 mil empréstimos, entre eles, repasses milionários a empresários. Depois que os empréstimos eram feitos, os gestores bancários ignoravam os procedimentos de cobrança, encobrindo a real situação patrimonial do FNE.

Fonte: Correio Braziliense

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