sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Partido de Campos fala em fazer oposição sistemática a Dilma

Orientação é votar contra todos os projetos do governo neste ano; crise se deve a texto publicado pelo PT em rede social

Isadora Peron

Em retaliação ao texto publicado na página oficial do PT no Facebook com críticas ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, os parlamentares do PSB vão passar a votar contra todos os projetos do governo na Câmara e no Senado, afirmou ontem o líder do partido na Casa, Beto Albuquerque (RS).

Segundo o deputado, assim que acabar o recesso parlamentar, em fevereiro, haverá uma reunião para tornar essa posição oficial. "Não podemos continuar apoiando quem nos desrespeita, quem nos agride. Temos que ser coerentes com o tratamento que estamos recebendo", afirmou Albuquerque.

Segundo o deputado, mesmo com a saída do PSB da base aliada em setembro, o partido votou a favor dos interesses do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) em 68% dos casos durante 2013. aIsso vai mudar agora. Vamos ser recíprocos com o que nos oferecem."

Apesar de não contar com uma bancada numerosa - são 24 deputados e 4 senadores - o PSB era tido como aliado de primeira ordem do Planalto. Antes de o PSB entregar os ministérios que controlava (Portos e Integração Nacional), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda tentou convencê-lo a não lançar a sua candidatura à Presidência agora e esperar até 2018, quando poderia ter apoio do PT. A negativa de Campos foi recebida cómo traição.

Guerra virtual. O texto, publicado na terça-feira na conta oficial do PT no Facebook, torna público esse ressentimento. Classifica o governador de Pernambuco como "tolo", "playboy mimado" e ainda como candidato "sem projeto, sem conteúdo e sem compostura política" para participar da corrida presidencial.

"Ao descartar a aliança com o PT e vender a alma à oposição em troca de uma probabilidade distante de ser presidente da República, Campos rifou não apenas sua credibilidade política, mas se mostrou, antes de tudo, um tolo", diz o texto.

Coube a Albuquerque, homem de confiança do governador pernambucano, responder oficialmente às críticas. Anteontem, em nota, disse que o PT age como uma "seita fundamentalista" ao fazer ataques ao antigo aliado. O texto foi compartilhado por Campos no Facebook.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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