sábado, 8 de fevereiro de 2014

Após três dias na Papuda, João Paulo renuncia ao mandato

Petista abre mão do mandato de deputado federal e diz que deixa a Câmara com "consciência do dever cumprido"

Três dias após ser preso, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) decidiu renunciar ao mandato parlamentar, segundo informou, na noite de ontem, a Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara. Na carta de renúncia, ele diz que deixa o Congresso “com a consciência do dever cumprido”.

O petista vinha sofrendo pressão de colegas — inclusive do próprio partido — para que deixasse o cargo. No entanto, ele chegou a anunciar, na segunda-feira, durante almoço com militantes acampados em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não pretendia renunciar. Segundo deputados do PT, ele estava disposto a enfrentar o processo de cassação e a votação em plenário.

Na quinta, João Paulo Cunha chegou a pedir autorização na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP) para deixar o Complexo Penitenciário da Papuda durante o dia para trabalhar na Câmara, exercendo a função de deputado. Entretanto, o pedido não chegou a ser analisado.

Na noite de ontem, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), divulgou nota em nome da bancada do partido na Casa na qual “manifesta profundo respeito e solidariedade à decisão e reafirma a certeza da inocência do companheiro”. “Reiteramos ainda que João Paulo Cunha terá o nosso apoio em todas as iniciativas que vier a tomar para demonstrar os equívocos, os erros e as omissões que permearam o julgamento no âmbito da Ação Penal 470”, diz a nota.

Condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva em regime fechado, o agora ex-parlamentar cumprirá, inicialmente, pena de 6 anos e 4 meses no semiaberto, porque ainda espera o julgamento de recurso no Supremo relativo à pena de lavagem, de 3 anos.

João Paulo Cunha é um dos 12 condenados com direito à análise dos embargos infringentes. Caso o recurso seja negado, ele terá que cumprir pena no regime fechado.

Fonte: Correio Braziliense

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