sábado, 1 de fevereiro de 2014

Oposição ainda avalia qual discurso adotar no Mundial

Grupo busca discurso ideal, tendo em vista que muitos dos seus governadores receberão jogos, colocaram recursos públicos na construção de estádios e terão de lidar com manifestações

Débora Bergamasco

A realização da Copa do Mundo no Brasil acabou se tornando motivo de preocupação para boa parte dos governantes do País. A oposição ainda articula o discurso ideal, tendo em vista que muitos dos seus governadores receberão jogos, colocaram recursos públicos na construção de estádios e terão de lidar com o risco de violência em manifestações.

Das 12 capitais que serão sede da Copa, cinco estão localizadas em Estados governados pela oposição: São Paulo, Minas Gerais, e Paraná, pelo PSDB; Rio Grande do Norte, pelo DEM; e Pernambuco, pelo PSB.

Em Minas Gerais, governado por Antonio Anastasia (PSDB) e reduto eleitoral do presidenciável Aécio Neves (PSDB), o Mineirão recebeu R$ 295 milhões de recursos estaduais e R$ 400 milhões de financiamento federal.

O governador e também presidenciável Eduardo Campos (PSB) colocou R$ 132,6 milhões na Arena Pernambuco, que se somaram aos R$ 400 milhões do financiamento federal.

Além dos gastos públicos questionados nos protestos de rua, há obras de mobilidade urbana – boa parte delas com recursos estaduais – atrasadas em praticamente todas as cidades-sede.

Outro problema para os governadores oposicionistas é que as polícias militares que eventualmente terão de reprimir manifestantes na Copa são subordinadas a eles. Na hipótese de o Brasil vencer o torneio, a oposição terá dificuldade em elaborar um discurso crítico que seja absorvido pela população.

‘Sagrado’. Em razão disso, a saída, por ora, analisada pela oposição é jamais questionar a escolha do Brasil para sediar o campeonato mundial do esporte mais popular do País.
De acordo com líderes ouvidos pelo Estado, o assunto futebol é visto como "sagrado". Nas palavras dos oposicionistas, o governo federal será atacado nos quesitos "falta de planejamento" e "incapacidade de gestão". A intenção é mostrar que o Brasil não está conseguindo aproveitar a oportunidade de sediar a Copa para dar um salto na infraestrutura, desenvolvimento e legado social.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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