sábado, 8 de fevereiro de 2014

PSB prioriza afinidade com o seu programa

Governador Eduardo Campos pode anunciar na próxima semana o nome do ex-deputado como candidato da base à sucessão. No entanto, há resistências no PSB

Bruna Serra

Deve ser anunciado na próxima semana o nome do ex-deputado federal Maurício Rands como candidato da base governista à sucessão governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que daria aval ao nome. Socialistas da cúpula do PSB afirmam que a próxima semana será definitiva. Isso porque será dedicada às costuras finais para fechar o partido em torno do nome do ex-petista. Socialistas históricos ainda resistem ao nome do ex-parlamentar por considerar que ele é recém-chegado ao ninho.

O perfil de Rands é considerado pelo Palácio do Campo das Princesas estratégico porque alia a habilidade política à imagem de profissional competente capaz de gerir o Estado. Dois dos atributos mais valorizados pelo governador. Mas uma parte do partido ainda não está convencida da escolha e aponta que o nome de Rands foi lançado como alternativa diante das dificuldades da aceitação do secretário de Casa Civil, Tadeu Alencar.

Ainda assim, o fator determinante teria sido a estratégia do PSB em tentar neutralizar os ataques que devem ser desferidos durante a campanha contra seu candidato pelo PT estadual e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu montar acampamento em Pernambuco para derrotar Eduardo Campos no seu colégio eleitoral.

Rands foi líder do governo do Lula na Câmara dos Deputados exatamente no período de maior dificuldade da administração, sob as acusações de compra de apoio político na Câmara Federal, o chamado Mensalão. Foi à tribuna em vários momentos fazer discursos em defesa do ex-presidente e de seu governo.

Rands adotaria o discurso de que não tem apego a cargos, se colocando em sintonia com a fala nacional de Campos, de uma nova política com serviços públicos de maior qualidade e desapego aos cargos. Inclusive, foi esse o tom adotado pelo ex-deputado na entrevista que concedeu ao JC no último domingo.

Depois de ser um dos protagonistas da prévia fratricida do PT em Pernambuco, Rands decidiu sair do PT e renunciar ao mandato de deputado federal. Sendo assim, ele pode dar o próprio exemplo para embasar o discurso do desapego.

Também comandou a principal comissão da Câmara Federal, a de Constituição e Justiça, em 2004. No âmbito estadual foi secretário de Governo de Eduardo em 2011 e antes integrou a equipe do ex-prefeito João Paulo como secretário de Assuntos Jurídicos, em 2001.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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