quarta-feira, 19 de março de 2014

PSDB adia lançamento de candidatura de Aécio para depois da Semana Santa

Sigla quer aguardar propaganda partidária em rede nacional para que nome de senador fique mais conhecido entre o eleitorado

Erich Decat - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Previsto inicialmente para ocorrer no final deste mês em São Paulo, o lançamento da candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) será adiado e deverá ocorrer apenas depois da Semana Santa, na segunda quinzena de abril.

Com pesquisas do impacto dos veículos de comunicação junto aos eleitores em mãos, a estratégia dos tucanos é lançar a candidatura do presidente nacional do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto apenas após a propaganda partidária da legenda em rede nacional de rádio e TV ir ao ar.

"O mecanismo eficiente para comunicar com a população é a televisão. Então é para preparar o terreno para que o lançamento seja feito em outro patamar", afirmou o presidente estadual do PSDB em Minas e braço direito de Aécio, deputado federal Marcus Pestana.

A primeira investida do PSDB junto aos eleitores será feita por meio dos comerciais com duração máxima de cinco minutos que serão divulgados em todo o país nos dias 8, 10, 12 e 15 de abril. No dia 17, será a vez da vinculação do programa de 10 minutos em horário nobre, entre às 20h30 e 20h40 em rede nacional de televisão.

"É preciso ter clareza. Você tem as articulações partidárias e os eventos que são importantes, mas o que move a opinião pública, o que no frigir dos ovos é o mais importante, é a televisão. O índice de leitura dos jornais e revistas no Brasil é muito baixo, a internet tem um papel crescente, mas ainda periférico, o centro é a televisão", acrescentou o deputado mineiro.

Segundo ele, parte do programa, que já esta sendo produzido pela equipe de marketing, se dedicará à apresentação de Aécio e dos projetos realizados pelo senador quando comandou o Estado de Minas Gerais. Os tucanos também deverão bater na tecla de que é preciso haver mudanças e que o atual modelo de gestão do país do PT está em fase de "esgotamento".

"Precisamos falar para o pessoal do Norte, do Sul, do Centro-Oeste, do Nordeste, quem é o Aécio e o que o autoriza a propor uma mudança ao País. Ainda é uma etapa de pré-campanha onde a gente apresenta a necessidade de mudança, as diretrizes básicas, e o próprio presidente do partido", afirmou Pestana.

Além de apostar na exposição na televisão, outro fator que foi considerado por parte da cúpula tucana para adiar o lançamento do nome de Aécio é a falta de acordo em relação à aliança nacional e estaduais. "A orientação que o Aécio distribuiu foi a de que devemos nos concentrar nas alianças regionais e aproveitar essa confusão na base aliada do governo", afirmou o secretário-geral do PSDB, deputado Mendes Thame (SP).

"Você ainda tem as negociações com os partidos. Boa parte não tem definição e muitos vão se definir mais adiante. Acho que ainda há um tempo, não há nenhuma pressa nisso. Não está definido quem é o vice, as coligações", considerou o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman.

Vice-presidência.Em relação à vaga de vice de Aécio, em meio aos rumores, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso negou nessa segunda-feira, 17, que pretenda ocupar o posto. Essa possibilidade foi aventada por alguns dirigentes tucanos após pesquisas qualitativas apontarem que o nome de FHC tem boa aceitação entre eleitores de várias idades.

"A hipótese do FHC não faz sentido", afirmou Goldman. Sobre qual nome deveria ser indicado, o dirigente não descartou a composição de uma chapa pura integrada apenas pelo PSDB. "Depende muito de um nome. É mais importante neste momento ter um nome expressivo do que decidir sobre a questão de um partido. Se o DEM tiver um nome que agregue e que provoque uma somatória, acho que vale a pena. Mas a possibilidade de chapa pura também existe e é forte, uma vez que a coligação não é muito ampla", afirmou.

Nesta terça-feira o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN), deve se reunir com Aécio. Segundo Maia, no encontro a questão nacional não estará em pauta. "É um encontro de rotina em que vamos discutir apenas a situação do Rio Grande do Sul, onde pode haver uma confluência. Não há nenhuma urgência na discussão sobre a chapa nacional", afirmou Agripino Maia.

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