quarta-feira, 2 de abril de 2014

Falta visão estratégica e de longo prazo ao Brasil, diz Campos

De acordo com o governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência pelo PSB, Brasil precisa crescer e inflação e os juros diminuirem, mas está acontecendo o contrário

Ângela Lacerda - O Estado de S. Paulo

RECIFE - O governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) afirmou nesta terça-feira, 1, que o Brasil "paga um preço alto por falta de visão estratégica", ao lançar uma proposta de desenvolvimento para os próximos 20 anos em Pernambuco. "Visão de longo prazo, visão estratégica é fundamental e, se o governo (federal) tem, a sociedade não está percebendo isso".

"A gente viu como foi 2013 e está vendo como vai 2014", avaliou, em entrevista. "A gente precisa que o crescimento vá para cima, que a inflação e os juros vão para baixo, um movimento inverso ao que está acontecendo". Isso, segundo ele, não se faz por decreto nem no voluntarismo, "mas na base do dever de casa de longo, médio e curto prazos". Campos disse ter apostado em planejamento em todos os momentos de seus dois mandatos.

Para ele, "o Brasil foi deixando para depois tudo o que precisava fazer e é preciso ser feito" e, no seu discurso, observou que apostar no planejamento é também incentivar e permitir a participação da população no debate, além de apostar no controle social sobre quem governa. "É mudança cultural e política importantes", afirmou.

Indagado, Campos frisou que o debate das diretrizes programáticas do PSB-Rede está na internet para ser discutido e inclui esta ótica. "Precisamos que as pessoas se animem com esse debate, como se animaram para construir democracia, estabilidade e inclusão social", disse, ao complementar: "Visão de longo prazo é fundamental e precisa desse diálogo, mas precisa de cabeças políticas que acreditem nisso".

Defensor de uma "nova política", avaliou que todas as vezes que o Brasil fez importantes mudanças nas últimas décadas - voltando a citar a redemocratização, a estabilização da moeda e a inclusão social como Bolsa Família - é porque teve coragem de "abandonar o velho jeito para fazer o novo jeito".

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