terça-feira, 29 de abril de 2014

Não faremos 'jogo clássico' de 2º turno, diz Campos

A empresários paulistas, pré-candidato do PSB à Presidência afirma que não vai discutir apoio em troca de favores políticos

Ana Fernandes =- O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Pré-candidato do PSB à Presidência, o ex-governador pernambucano Eduardo Campos disse estar confiante de que ele e sua pré-candidata à vice, a ex-ministra Marina Silva, vão disputar o segundo turno. A empresários, em evento na capital paulista, nesta segunda-feira, 28, Campos afirmou que, numa eventual disputa na segunda etapa das eleições, não fará toca de favores para conseguir apoio.

"Nós vamos estar no segundo turno, não tenho dúvidas disso", disse. "À medida que o conhecimento vai aumentando, vai se consolidando nossa passagem para o segundo turno", complementou. Campos disse que ele e Marina têm "pensamento aberto" e não têm postura de "donos da verdade", mas que não vão fazer o "jogo clássico do segundo turno", de troca de favores na política.

Questionado sobre uma possível aliança com o pré-candidato do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no segundo turno, Campos afirmou que pretende conversar com aqueles que "não passarem". Disse, no entanto, que o objetivo será discutir ideias, não divisão de cargos. "Esse modelo (de fisiologismo) está esgotado."

Mais cedo, em evento com representantes do comércio na capital, Aécio também fez projeções sobre o segundo turno e disse apostar que ele e Campos têm condições de tirar a presidente Dilma Rousseff (PT) da disputa.

Velha política. Aos empresários, Campos afirmou ainda que está comprometido a rever o "modelo político" também em um possível governo. Segundo o ex-governador, a base política "atrasada" do Brasil "precisa ir para a oposição". "É possível governar sem eles". "Não vamos fazer governo com os mesmos que estão aí", prometeu. Sem citar nomes ou partidos, Campos disse que é hora de discutir a governança no País, em uma gestão que "reúna os bons, os sérios e os comprometidos".

Economia. Alvo frequente das críticas ao governo Dilma, a política econômica voltou a ser abordada por Campos. O pré-candidato afirmou que, caso vença as eleições, vai manter o tripé econômico e que pretende trabalhar para mudar a visão de investidores de que o Brasil "é um ambiente hostil".

Em sua apresentação, Campos afirmou ser possível que, até 2018, o País alcance o centro da meta de inflação anual de 4,5% e um crescimento do PIB da ordem de 4%. "Precisamos ter um compromisso claro com metas de inflação que não são as atuais", disse.

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