sexta-feira, 2 de maio de 2014

Ato pelo Dia do Trabalho vira palco de ataque entre oposição e governo

Ministro Gilberto de Carvalho é vaiado ao defender Dilma em evento da Força Sindical, em São Paulo

Ao lado de Aécio, Paulinho da Força diz que Dilma é quem deveria ser presa

Renato Onofre, Sérgio Roxo – O Globo

SÃO PAULO - O ato da Força Sindical em comemoração pelo Dia do Trabalho nesta quinta-feira em São Paulo virou palco de ataques entre oposição e governo. O ministro Gilberto Carvalho foi vaiado ao defender as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na noite de quarta feira, em cadeia nacional de rádio e televisão. Os pré-candidatos à Presidência, Aécio Neves (PSDB e Eduardo campos (PSB), criticaram a política econômica. O presidente licenciado da Força, o deputado federal Paulinho da Força, afirmou que Dilma devia estar na presídio da Papuda, em Brasília, e chegou a pedir ao público que mandasse uma banana para a presidente.

Paulinho e Aécio Neves subiram juntos ao palco e atacaram presidente. Gilberto Carvalho estava no palanque, porém, mais afastado. Mas ouviu Paulinho dizer que Dilma não comparecia e “mandava subalternos”.

- Temos uma corrupção desenfreada. O governo que deveria dar exemplo está atolado na corrupção. É o governo que, se fizer o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela - declarou Paulinho da Força.

Aécio questionou novamente as medidas anunciadas pela Dilma:

- A presidente da República protagonizou ontem um momento patético da vida pública deste país. Ela utilizou um instrumento de Estado, que é a cadeia de rádio e televisão, para fazer proselitismo político para atacar adversário. As medidas que ela anuncia vêm na direção daquilo que já vimos defendendo há muito tempo. O reajuste não atende ao crescimento inflacionário. E ela mente no momento que diz que o reajuste de 10% não chega ao teto estabelecido pela ONU de U$ 1,25 por dia - afirmou Aécio.

Ele disse ainda que Dilma “acha que a crise da Petrobras é culpa da oposição, mas é daqueles que fizeram dela um balcão de empregos”.

Já Gilberto Carvalho menosprezou a fala de Paulinho e disse não temer vaias.

- Não temos medo de vaia. O trabalhador brasileiro sabe que os 12 anos do PT foram os melhores para os trabalhadores - falou Carvalho, que não quis polemizar sobre as declarações de Paulinho. –

Eu não vou comentar o Paulinho da Força. Eu respeito os trabalhadores da Força Sindical. Prefiro me relacionar com eles - falou.

Ao discursar, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, saiu em defesa de Dilma.

- Essa reunião não é para ofender ninguém. Eu quero contestar o meu amigo Paulinho. Ele não precisava ofender a presidente.

Eduardo Campos, em discurso, se comprometeu a, num eventual governo, não mexer com o direito dos trabalhadores.

- Nós temos que nos comprometer que o Brasil não vai para o caminho certo com a retirada de direitos dos trabalhadores - disse Campos.

Depois da fala do pré-candidato do PSB, Paulinho pediu novamente que o público repetisse o gesto da banana para Dilma. Campos ficou constrangido com o gesto e disse, em entrevista, que o debate deve se dar com ideias.

O ex-governador de Pernambuco também criticou o pronunciamento da Dilma em rede nacional.
- O que nós vimos foi mais uma fala eleitoral do que a fala de presidente da República. O fato da presidente anunciar o aumento do Bolsa Família é uma maneira de reparar as perdas da inflação que ela mesmo deixou acelerar - comentou.

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