sábado, 7 de junho de 2014

Em reação ao ‘Aezão’, Lindbergh diz que PMDB faz jogo duplo

• Candidato petista afirma que Cabral e Pezão apoiam movimento em favor de tucano

Leandra Lima – O Globo

RIO - Um dia após um número expressivo de peemedebistas se reunirem em torno do “Aezão”, movimento que apoia a aliança entre o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) e o pré-candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG) no Rio, o senador e pré-candidato petista ao Palácio Guanabara, Lindbergh Farias, decidiu acabar com a trégua que vinha mantendo com o governo estadual e o PMDB. Em um almoço ontem numa churrascaria em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Lindbergh fez críticas aos governos de Sérgio Cabral e Pezão. O petista chegou a afirmar que não acha possível 60 prefeitos peemedebistas terem assumido a aliança com o candidato tucano sem o apoio do Palácio Guanabara. Oficialmente, Cabral e Pezão reprovam o “Aezão” e pregam o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

— Só se reúnem 60 prefeitos peemedebistas como aconteceu no almoço do “Aezão” com a autorização do Cabral e do Pezão. Eles estão fazendo mais do que jogo duplo. O Lula e a Dilma ajudaram muito essas pessoas. Na hora em que o cenário piora um pouco, eles fogem do barco? — questiona.

O petista evitou comentar a queda da presidente Dilma Rousseff na pesquisa de intenções de voto para o Palácio do Planalto, divulgada ontem pelo Datafolha, e não pediu votos para a candidata no discurso. Para uma plateia de 200 militantes, a maioria formada por vereadores pedetistas de municípios como Belford Roxo, Japeri, Nilópolis e Mesquita, além de São João de Meriti, o senador concentrou esforços para criticar a política de Segurança Pública do governo do estado e a crise no abastecimento de água na Baixada Fluminense.

— Temos um policial militar para cada cem moradores no Leblon. Enquanto temos um PM para 1.600 habitantes na Baixada Fluminense. Para piorar, está havendo a migração da violência da capital para a Baixada. E estamos passando pela maior falta d’água dos últimos 30 anos. Isso se deve à falta de prioridade do governo atual em atender às necessidades mais básicas da população. O Maracanã, por exemplo, foi construído 100% com recursos estaduais e custou R$ 1,2 bilhão. Com muito menos, eu resolveria o problema da falta de abastecimento de água em toda a Baixada — disse.

Sobre suas tímidas aparições em público com a presidente Dilma, Lindbergh Farias acredita que, após a convenção estadual do PMDB, marcada para o dia 10, a candidata à reeleição passará a ir para as ruas ao seu lado com mais frequência.

Lindbergh chegou ao almoço acompanhado da deputada Jandira Feghali (PCdoB), pré-candidata ao Senado, e Roberto Rocco (PV-RJ), candidato a vice-governador na chapa do petista. O evento foi organizado pelo prefeito de São João de Meriti, Sandro Mattos, do PDT, partido que indicou o deputado estadual Felipe Peixoto para a vaga de vice-governador na chapa do adversário Pezão.

Também presente no almoço, o prefeito de Maricá e presidente do PT no estado, Washington Quaquá, chamou os peemedebistas que participaram do almoço de lançamento do movimento “Aezão” de traidores:

— Esse movimento não devia se chamar “Aezão”. Devia se chamar “Trairão”.

Vice-prefeito do Rio e coordenador da campanha de Dilma Rousseff no estado, Adilson Pires afirmou não estar preocupado com o “Aezão” e com o desempenho da presidente nas pesquisas eleitorais.

— A campanha começa mesmo depois da Copa do Mundo — disse, acrescentando ainda que confia na fidelidade de Pezão e Cabral: — Nas vezes em que estivemos juntos, eles se mostraram comprometidos com a reeleição da Dilma.

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