sexta-feira, 6 de junho de 2014

Roberto Freire: Dilma, a presidente do 'pibinho' e da inflação

- Brasil Econômico

Não foram poucas as tentativas do governo petista de edulcorar a realidade e vender aos brasileiros a imagem de que o país avançava sob o comando de Dilma Rousseff, mas os fatos insistem em desmentir os artífices da propaganda enganosa. Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) registrou um pífio crescimento de 0,2 % no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2013. O consumo das famílias recuou 0,1% no período, pior resultado desde o terceiro trimestre de 2011.

Houve retração de 2,1% nos investimento se a indústria caiu 0,8%.A desaceleração verificada no Início do ano se dá em meio à evidente falta de confiança dos agentes econômicos nas políticas adotadas pelo atual governo, que demonstra reiteradamente sua incompetência na condução da economia.

Diante de desempenho tão medíocre, a alcunha de presidente do "pibinho" cai bem em Dilma. Às portas do fim de seu governo, a média anual de crescimento do PIB durante a gestão da petista é de 2,1%, segundo cálculos do professor Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Após a redemocratização, apenas o período de Fernando Collor, com retração de 1,3%, foi mais desastroso. O índice atual é inferior aos de Itamar Franco, Lula e Fernando Henrique Cardoso.

A presidente também está abaixo da média de crescimento da história republicana do país: 4,4% ao ano desde Deodoro da Fonseca, em 1889. Na lista dos 30 mandatos presidenciais do Brasil, Dilma aparece na sofrível antepenúltima colocação, ao lado de Venceslau Brás (1914-1918) e só à frente de Collor e Floriano Peixoto (1891-1894), que registrou queda média de 7,5% por ano.

Com a série interminável de "pibinhos", diminuem a renda e o consumo das famílias, que sofrem com o aumento da inflação (6,31% no acumulado dos últimos 12 meses) e a diminuição da oferta de emprego. De acordo com a Pnad Contínua, do IBGE, a taxa de desemprego subiu de 6,2% para 7,1% no primeiro trimestre (no Nordeste, é de 9,3%). O número de brasileiros sem trabalho saltou de 6,1 milhões para 7 milhões de um trimestre para outro. Além disso, há cerca de 62 milhões de pessoas que não trabalham nem procuram emprego e 9,6 milhões de jovens sem estudo ou trabalho, compondo a geração "nem-nem".

O esgotamento do atual modelo leva à insatisfação generalizada da população, como revela um levantamento feito pelo renomado instituto de pesquisa norte-americano Pew Research Center. Segundo a sondagem, nada menos que 72% dos brasileiros se dizem descontentes com a situação do país e 85% apontam a escalada de preços como a maior preocupação. Dois terços (67%) dos entrevistados consideram a situação econômica ruim. Depois da inflação, surgem na lista de preocupações a saúde (83%), a corrupção (78%) e o desemprego (72%).

Dilma será lembrada pela deterioração da economia e pelos "pibinhos" que acumulou nos quatro anos de mandato. Por mais que a máquina de propaganda do PT tente ludibriar a sociedade e o mercado, inclusive com manipulação de dados e controle artificial de preços, cada vez mais gente se dá conta da peça de ficção encenada com a desfaçatez que caracteriza os atuais ocupantes do poder. Mas eles vão passar. O país já não suporta um desempenho econômico tão medíocre, com o PIB lá embaixo e a inflação no alto. A mudança virá.

Roberto Freire é deputado federal (SP) e presidente nacional do PPS

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