terça-feira, 22 de julho de 2014

Brasília-DF :: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

O excluído
Tucanos e petistas, embora distantes, têm adotado o mesmo estilo em relação ao candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. Ambos evitam polemizar com o socialista, para deixá-lo de fora do clube dos grandes. Aécio Neves repete, quase que diariamente, que não vai brigar com Eduardo Campos porque "é amigo dele". No PT, quem está encarregado de responder às críticas levantadas pelo PSB ao governo da presidente Dilma são os petistas pernambucanos.
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Esse jogo não foi combinado, mas tem um objetivo claro: assim, Eduardo, com pouco tempo de tevê e sem ninguém de peso que responda aos ataques dele, termina mais restrito. Até aqui, as pesquisas mostram que essa estratégia de petistas e tucanos tem funcionado.

Alagoas em chamas...
Desde que o PMDB ingressou com uma representação no Ministério Público contra o deputado Arthur Lira (PP-AL), as relações entre os dois partidos azedaram. Lá, a disputa entre o PMDB de Renan Calheiros e o grupo do senador Benedito de Lira, candidato a governador, vai ser forte.

... e Renan ajuda
O quadro lá chegou a tal ponto que o presidente do Senado, Renan Calheiros, virá pouco a Brasília. O objetivo dele agora é percorrer o estado em campanha pelo filho, Renanzinho, candidato a governador. Quanto à presidente Dilma, quem fará a campanha é o PT. Aliás, Alagoas é um estado em que Dilma não foi tão bem em 2010.

Por falar em Dilma...
Petistas de vários estados têm telefonado pedindo a presença de Lula nas campanhas. Quanto à presidente Dilma, os pedidos mais efusivos vêm do Norte e do Nordeste. Nas demais regiões, vale aquela máxima atribuída aos cariocas, que costumam dizer "passa lá em casa", mas não dão o endereço.

O faro dos políticos
Em conversas reservadas e longe da vista do vice-presidente da República, Michel Temer, os peemedebistas têm dito que duvidam da reeleição de Dilma Rousseff. Se isso ocorrer, será mais uma da série "nunca antes na história desse país" alguém com uma rejeição tão alta chegou à Presidência da República. Daí, os fortes movimentos em direção a Aécio Neves.

Nota zero
Atentos observadores da cena externa consideram estranho o fato de o governo brasileiro, até ontem à tarde, não ter editado nota a respeito da tragédia com o voo MH17, da Malaysia Airlines, na Ucrânia. Nem sequer para pedir uma investigação sobre o caso. O silêncio é considerado ensurdecedor no meio diplomático.

Clube fechado I/ O comitê de Dilma Rousseff num edifício de frente para o Parque da Cidade, em Brasília, não permite o acesso de estranhos que não estejam devidamente identificados e esperados. Quem chega, espera de pé na recepção até que alguém vá atendê-lo. Jornalistas não são convidados a entrar, a não ser que tenham hora marcada.

Clube fechado II/ Embora todo o andar térreo e o mezanino estejam reservados para abrigar o comitê, não existe sala para repórteres escalados para cobrir a campanha. Essas salas de imprensa costumavam ser praxe nas campanhas presidenciais do passado.

Candidata, que é bom.../ Dilma ainda nem visitou o comitê. Tem tratado de assuntos de campanha em casa, no Palácio da Alvorada.

Piada que rola/ Perguntei dia desses a um peemedebista o que ele estava achando da campanha presidencial. A resposta: "Quando Romero Jucá  pula a cerca, é porque está difícil", disse, referindo-se ao ex-líder do governo.

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