sexta-feira, 25 de julho de 2014

Brasília-DF :: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Aezão em xeque
Por enquanto, o PT apenas observa a movimentação dos deputados do PMDB do Rio de Janeiro que estampam nos panfletos de campanha o rosto e o partido do candidato tucano a presidente da República, o senador Aécio Neves. Nos bastidores, há quem diga que o comando da campanha pela reeleição de Dilma Rousseff considera essa dobradinha irregular. Embora o PT ainda não tenha definido o ingresso de uma ação na Justiça Eleitoral, vai tratar do tema. As cobranças virão, em especial, por conta da deferência de Dilma ao governador candidato Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ). Vem briga feia aí. Não é à toa que Aécio tem intensificado a agenda na capital fluminense nos últimos dias. Ele tem que aproveitar enquanto o PT não obriga os aliados a retirarem o tucano da propaganda.

Por falar em Rio de Janeiro...
A tendência de Dilma no Rio é participar de atos de todos os candidatos a governador em vez de ir a apenas um, convidando os postulantes ao governo estadual. É que existe, no meio petista, o receio de confronto entre cabos eleitorais dos mais diversos candidatos num ato específico de Dilma com a presença de todos.

Henriquinho paz & amor
Se quisesse, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), poderia ter jogado para a plateia e apressado o processo de cassação do mandato do deputado André Vargas, ex-secretário de Comunicação do PT. Não o fez, segundo alguns, porque, além de problemas nos prazos, pretende deixar o partido de Dilma com esta dívida de ter evitado ainda mais desgaste para o partido da presidente nesta temporada eleitoral.

Os trabalhos de Alckmin
Os políticos dos mais diversos partidos não têm mais dúvidas de que o governador candidato de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), agiu de caso pensado ao promover uma grande quantidade de obras no interior do estado, deixando a capital a ver navios. Como a culpa sempre é de quem está mais próximo, o desgaste sobrou para o prefeito Fernando Haddad (PT).

Torcida às avessas
No geral, os candidatos de oposição ao governador Agnelo Queiroz (PT) estão torcendo para que José Roberto Arruda (PR) seja candidato. Assim, Arruda ficaria xingando Agnelo e vice-versa, enquanto Luiz Pitiman (PSDB), Rodrigo Rollemberg (PSB) ou mesmo Toninho do PSol teriam alguma chance de emplacar no segundo turno, quando esperam ter os votos do que ficar de fora da disputa final.

É da natureza
A oposição não desistiu de testar o humor da presidente Dilma Rousseff em relação à compra da Refinaria de Pasadena, ainda que o Tribunal de Contas de União (TCU) tenha dado a ela uma espécie de salvo-conduto em relação ao processo que investigou irregularidades na compra da planta pela Petrobras. A aposta é a de que ela vai escorregar em um eventual debate.

Dupla face/ O amor da presidente Dilma Rousseff pela literatura brasileira não foi o único motivo a levá-la ao velório de Ariano Suassuna. Junto desse nobre motivo, há quem coloque na roda a vontade de não deixar Eduardo Campos, do PSB, aparecer sozinho nessa cena. Os dois conversaram apenas sobre o escritor.

À la Zagallo/ Você se lembra daquela frase de Zagallo: "Vocês vão ter que me engolir?". Pois é por aí que o PT pretende agir com o candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, em relação a atos de campanha conjuntos entre ele e a presidente Dilma Rousseff e o candidato a vice-presidente da República, Michel Temer. Skaf pode até dizer que o candidato de Dilma em São Paulo é Alexandre Padilha (PT). Mas, ainda assim, desfilará com Dilma e Michel.

À la Tiririca/ Padilha esteve com Dilma ontem no Alvorada. A conclusão da conversa foi a de que há um vasto terreno para a campanha do ex-ministro ganhar algum fôlego em São Paulo, uma vez que ele ainda não tem os votos do PT. No momento, está como aquele bordão usado no passado pelo deputado Tiririca: "Pior do que está, não fica".

As gavetas do CNJ/ A troca de direção do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido à aposentadoria de Joaquim Barbosa não deve se resumir ao estilo. A expectativa é que o sucessor, ministro Ricardo Lewandowski, desengavete os casos parados no CNJ, começando pelo escândalo envolvendo desembargadores do Mato Grosso do Sul investigados por gastos incompatíveis com os rendimentos declarados, segundo a ação disciplinar aberta há quase três anos. O inquérito apanhou cinco desembargadores, um dos quais, Cladionor Abss Duarte, também está em gravações da Operação Sangue Frio, da Polícia Federal, sobre tráfico de influência no estado.

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