sábado, 5 de julho de 2014

Brasília-DF- Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Devagar com o andor...
Não foi apenas o humor do brasileiro que levou os petistas a serem comedidos nas comemorações da subida de Dilma Rousseff no Datafolha. O problema é a economia, que até aqui não trouxe notícias que deem segurança absoluta na vitória. Para completar, as perspectivas de grandes melhorias até a eleição são pequenas. Portanto, todo o cuidado é pouco.

... que os números são de barro

Outro problema que assustou o partido foi o fôlego de Aécio Neves nas grandes cidades, jogando o PT para o interior.

Enquanto isso, em Minas...
Ninguém arrisca jogar a responsabilidade da tragédia de Belo Horizonte em qualquer esfera governamental. A obra do viaduto que desabou era do PAC, leia-se governo federal, na capital de um estado que é administrado pelos tucanos em consórcio com o PP e tem a prefeitura o PSB. O jogo do empurra começou, entretando, nas rede sociais com Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), citando o governo tucano de Minas, como responsável pela obra.

Preparar para descolar
Quem prestou atenção ao discurso de Dilma no Paraná, na noite de quinta-feira, percebeu toda uma estratégia para tentar desvincular a imagem da presidente — e por tabela, das obras da Copa — do sucesso ou do insucesso da seleção nos gramados. Embora tenha defendido os jogadores como representantes do Brasil, ela deixou claro que a parte do Poder Executivo foi feita. Diante do mata-mata, a avaliação foi a de que não poderia ser de outro jeito.

Achados &perdidos
O vai e vem dos partidos que não tem candidato a presidente indica que, pela primeira vez desde a redemocratização do país, estão todos perdidos nesta temporada eleitoral, sem saber ainda direito qual efeitos a Copa e a economia terão sobre os votos em 5 de outubro. Só três legendas se mostram unidas: PT, PSDB e PSB, ou seja, aquelas que veem chances de sucesso. Os demais estão completamente rachados.

Um dos movimentos mais fortes para demonstrar a desorientação foi o de Paulo Maluf, do PP, que ia de Alexandre Padilha e terminou de Paulo Skaf. E do PTB, que ia de Dilma Rousseff e terminou de Aécio pela metade. Diante da montanha-russa partidária, quem avalia com clareza o quadro considera que é hora de uma profunda reforma partidária, com o retorno da cláusula de barreira, que evite nova proliferação de legendas. E tudo deve ser feito por emenda constitucional, para reduzir a chance de derrubada pelo Supremo Tribunal Federal. O problema é que isso só virá em 2015, se vier. Até lá, os eleitores terão que fazer como na Copa do Mundo: rezar para que o improviso brasileiro dê certo.

Virou moda/ No carnaval do ano passado, o ex-prefeito de Salvador João Henrique apareceu com o nome da mulher, Tatiana Paraíso, tatuado no braço. Na festa da Independência da Bahia, quem apareceu de tatuagem foi o governador Jaques Wagner. Ele exibiu um "Fá", em homenagem à primeira-dama, Fatinha.
Depois do "Aezão" no Rio.../ ...os aliados do PT decidiram dar o troco em Goiás, onde o governador Marconi Perillo, do PSDB, é candidato à reeleição. Ali, os petebistas criaram o movimento "Dilmar", Dilma-Marconi.

Olho no Everaldo!/ Entre os candidatos de pequenos partidos que pediram registro, o único que chama a atenção dos adversários de grandes legendas é pastor Everaldo, do PSC. Ele pontuou nas pesquisas de intenção de votos e tem uma avenida evangélica a ser percorrida pelo país. Na avaliação de petistas, tucanos e socialistas, não deve ser desprezado.

Confiante/Perguntado dia desses se deixaria o Senado para fazer campanha, o candidato a vice Aloysio Nunes Ferreira respondeu assim: "Renuncio em 31 de dezembro para assumir a vice em 1º de janeiro".

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