segunda-feira, 21 de julho de 2014

Oposição se fortalece nas áreas em que PT venceu

Diógenes Campanha, Patrícia Britto – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - A maioria dos Estados que deram as vitórias mais expressivas à presidente Dilma em 2010 agora apresenta quadros adversos à petista.

Há quatro anos, um grupo de dez Estados rendeu a ela 13 milhões de votos de vantagem, no primeiro turno, sobre o segundo colocado.

Agora, em nove desses Estados, os adversários da petista na corrida ao Planalto terão palanques fortes.

Seis deles estão entre os dez maiores colégios eleitorais: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará.

A perspectiva de eleições mais difíceis ao PT nesses locais se deve a divergências regionais com siglas da base aliada, além da saída do PSB da órbita do governo.

Na Bahia, por exemplo, onde Dilma obteve 2,7 milhões de votos a mais que José Serra (PSDB), o PMDB estará ao lado de Paulo Souto (DEM), que lidera as intenções de voto e apoiará o tucano Aécio.

No Ceará, o senador Eunício Oliveira (PMDB), líder nas pesquisas, abriu o palanque para o candidato do PSDB.

Em 2010, os partidos estiveram juntos na chapa que reelegeu o governador Cid Gomes (Pros), então no PSB.

Bases de rivais
Dilma também deve ter dificuldade para repetir as vitórias obtidas em Pernambuco e Minas Gerais, bases eleitorais de seus rivais.

Em Pernambuco, o PT terá de fazer campanha contra o ex-governador Eduardo Campos (PSB).

"Acredito que ela vence [no Estado], mas não deve ser uma vitória muito larga sobre Eduardo Campos, que aqui vai polarizar com ela", afirmou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

Mas ele diz acreditar que, em um eventual segundo turno contra Aécio, a presidente herdará os votos de Campos. "O sucesso de Eduardo está muito vinculado a Lula, Dilma e as parcerias feitas."

Em Minas, com Aécio na disputa, Dilma não deverá contar com o voto casado difundido entre tucanos do Estado em 2010 que ficou conhecido como "Dilmasia" –com a petista para presidente e Antonio Anastasia (PSDB) para governador do Estado.

Sua aposta no segundo maior colégio eleitoral é o ex-ministro Fernando Pimentel.

No Rio, terceiro maior colégio eleitoral do país, o PT rompeu com o governo do PMDB e Dilma terá que dividir os principais palanques com seus rivais.

As chapas petistas também deverão ter dificuldades no Maranhão, no Piauí, na Paraíba e no Rio Grande do Sul.

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