sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Diário do Poder – Cláudio Humberto

Jornal do Commercio (PE)

• Tragédia: não se sabe quem pagará indenizações
Ainda não se sabe ao certo quem era dono do jato Cessna, prefixo PR-AFA, cuja queda tirou a vida de Eduardo Campos e mais seis pessoas, muito menos quem pagará indenizações milionárias, inclusive a quem teve imóveis destruídos ou danificados. Oficialmente, o jato é da empresa AF Andrade, de José Carlos Andrade, que, sob recuperação judicial, o teria vendido “informalmente” a um usineiro de Alagoas.

• Jogo de empurra
Um regulador de seguros avalia o acidente, porque a lei pode livrar a seguradora das indenizações, em caso de falha técnica ou humana.

• Sem dinheiro
O Cessna estava à venda até o dia 9, quatro dias antes da tragédia. O dono oficial do jatinho, “quebrado”, não teria como pagar indenizações.

• Processo claro
Se não tiver cumprido exigências legais para alugar ou obter o jato, o PSB é passível de ação judicial. Mas o partido não quis se pronunciar.

• Responsabilidade
Pelo Código Brasileiro de Aeronáutica, indenizações de acidente aéreo fatal são dever do dono, do transportador ou do explorador do avião.

• Tortura exige pedido de desculpas de militares
Estarrecido com o depoimento da jornalista Miriam Leitão ao repórter Luiz Cláudio Cunha, publicado no portal Diário do Poder, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) escreveu bilhete, de punho, ao ministro Celso Amorim (Defesa), afirmando que o relato das torturas “exige um reconhecimento e pedido de desculpas por parte das Forças Armadas”. Amorim ligou para o senador, dizendo-se “impactado”, mas nada fez.

• Mini-ministro
A Cristovam, Celso Amorim diz que telefonou para Miriam, mas nada pode fazer porque tem “limitações”. Medo dos militares, certamente.

• Covardia e crueldade
Miriam Leitão conta detalhes da tortura sofrida por três meses, aos 19 anos e grávida, num quartel do Exército em Vila Velha (ES), em 1973.

• Cumplicidade
No bilhete ao ministro Celso Amorim, o senador Cristovam Buarque disse que manter silêncio sobre o caso é “conivência e cumplicidade”.

• Três vagas no STJ
Quem vencer as eleições presidenciais vai começar o governo, em 2015, escolhendo três ministros para o Superior Tribunal de Justiça, o “tribunal da cidadania”. As vagas serão abertas com as aposentadorias dos ministros Sidnei Beneti, Gilson Dipp e Ari Pargendler.

• Briga pelo poder
“Marineiros”, que tutelam Marina Silva, forçaram a saída de Carlos Siqueira da campanha. Secretário-geral do PSB, ele era homem de confiança e coordenador-geral do comitê de Eduardo Campos.

• Braço direito
Coordenador-geral é a função mais ambicionada nas campanhas. É uma espécie de Chefe da Casa Civil, que inclusive arrecada dinheiro e, em nome do candidato, assume “compromissos” com os doadores.

• ‘Felicianobook’
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), candidato à reeleição, tem mais “curtidas” no Facebook que qualquer candidato a presidente: 1,34 milhão. Dilma (PT) tem 943 mil, Aécio (PSDB) 1,17 milhão e Marina (PSB) 1,28 milhão. Pastor Everaldo (PSC) tem só 298 mil.

• Ordem e impostos
Apenas dez dias depois de o Impostômetro chegar a R$ 1 trilhão, mais R$ 41 bilhões foram adicionados à conta do contribuinte. Isso significa que cada brasileiro já pagou R$ 5,3 mil em impostos este ano.

• Bolsão família
A 46 dias da eleição, o Portal da Transparência ainda não atualizou os dados relativos ao repasse de verbas ao Bolsa Família. Até junho deste ano haviam sido injetados R$ 10,5 bilhões no bolso do eleitor. A média em 2014 de repasses do governo é de quase R$ 2 bilhões por mês.

• Compra de votos
Os valores espetaculares de recursos públicos fazem do Bolsa Família, conforme o definiu o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), “o maior programa de compra de votos do mundo”.

• Moda que pega
O Exército dos EUA proibiu acesso em todas as bases militares ao site Intercept, conhecido por divulgar documentos “vazados” por hackers. Aqui, o Banco do Brasil e a Petrobras censuram até enciclopédia livre.

• Pensando bem…
…ao prender um postulante a deputado pelo PSOL fumando maconha enquanto dirigia seu carro, a polícia de Brasília mostrou que barato de candidato pode sair caro.

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