sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Lula diz que imprensa é 'principal partido de oposição' a Dilma

• No segundo programa eleitoral na TV, ex-presidente repete ataques a 'certa imprensa'; Marina Silva é apresentada como candidata e lembra Campos, e Aécio fala em 'fé inabalável em Deus'

Lilian Venturini, José roberto Castro e Ana Fernandes - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Em mais uma participação no horário eleitoral gratuito da TV, exibido na tarde desta quinta-feira, 21, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu os ataques à imprensa, definida pelo petista como o "principal partido da oposição" à presidente Dilma Rousseff (PT). A exemplo dos programas do rádio, Marina Silva foi apresentada como a nova candidata do PSB, após a morte de Eduardo Campos. Aécio Neves (PSDB) voltou a criticar a gestão petista e falou em "fé inabalável em Deus" como um dos eixos para um novo caminho para o País.

Ao criticar a imprensa, Lula afirmou que a campanha eleitoral serviria para o eleitor conhecer as ações de Dilma em sua gestão. "Dilma continuou a mudar o Brasil enfrentando as piores dificuldades que um presidente teve nos últimos tempos e uma das piores campanhas negativas de certa imprensa, que se transformou no principal partido de oposição", disse. Momentos antes, Dilma enumerou obras de seu governo e disse: "Muita gente no Brasil não sabe que estamos realizando obras desse porte". As falas de Lula, que ocuparam 2 minutos dos 11min24s da propaganda, compõem um dos motes da campanha petista, "a verdade vai vencer a mentira", também repetida pelo o ex-presidente ao final das imagens.

Houve ainda críticas a governos anteriores. Dilma disse que o País sofre com "obstáculos herdados daquele tempo em que o Brasil não se organizava para planejar e executar". No programa, a presidente enumerou obras de sua gestão, com destaque para as que estão em execução no Nordeste, entre elas a transposição do rio São Francisco e a construção de usinas hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau. Mostrou ainda ampliação de rodovias e rodovias. "Por isso, quando dizem que o Brasil está parado, eu até acho graça", emendou.

Aécio. O programa de Aécio Neves (PSDB) repetiu trechos apresentados na estreia do horário eleitoral. O tucano voltou a dizer que o "Brasil está pior", que a economia parou de crescer e, por isso, o brasileiro "quer mudança". Na parte final, simulando uma entrevista "pinga fogo", Aécio disse que a saúde será "prioridade" em seu governo, que terá "tolerância zero" com a inflação e que a corrupção é "inaceitável". Quando perguntado sobre como seria construído um futuro governo, Aécio respondeu: "Ética, eficiência e uma inabalável fé em deus". Ele também voltou a prometer que cortará pela metade os atuais 39 ministérios.

Na propaganda dos deputados pelo partido, Aécio apareceu pela primeira vez pedindo votos aos correligionários.

Marina. O PSB trouxe Marina Silva pela primeira vez, com trechos do discurso lido por ela nesta quarta-feira, 20, quando foi oficializada candidata. O programa começou com imagens do velório e enterro do ex-governador Eduardo Campos. Enquanto as imagens eram exibidas, Marina lia um discurso em homenagem ao ex-companheiro de chapa.

Durante o depoimento, a ex-ministra falou sobre o projeto político elaborado com Campos. "Que saiamos do trauma da perda de Eduardo dispostos a nos entendermos para levarmos adiante nossa missão", disse. "O programa é, em si mesmo, o pacto selado, o acordo maior que nos une", complementou.

A oficialização da candidatura de Marina ocorreu após o PSB e Rede definirem compromissos e projetos de campanha. Nesta quinta, porém, o secretário-geral do partido e coordenador da campanha de Campos afirmou que deixará a função. Divergências sobre as mudanças no comando da campanha teriam motivado o rompimento. Marina atribuiu o episódio a um "mal entendido".

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