domingo, 5 de outubro de 2014

Aécio diz que Dilma está assustada porque não se preparou para enfrentá-lo

• No último dia de campanha, tucano fez caminhada em Belo Horizonte e pediu união dos correligionários

Maria Lima – O Globo

BELO HORIZONTE - O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, percorreu na manhã deste sábado - véspera das eleições e último dia de campanha - cidades da região metropolitana de Belo Horizonte. De Santa Luzia, ele seguiria para Ribeirão das Neves, Contagem e Betim. Quando perguntado sobre a candidata do PT, que também foi a Belo Horizonte hoje fazer campanha, o tucano disse que ela “provavelmente está assustada”, se referindo às últimas pesquisas de intenção de voto.

— Provavelmente ela está assustada. Acho que ela não se preparou para nos enfrentar. Vamos para o segundo turno e ganhar este eleição.

Em cima da hora, a presidente e candidata à reeleição mudou a agenda deste sábado para fazer campanha na capital de Minas, reduto do candidato tucano, mas onde o candidato petista ao governo, Fernando Pimentel, lidera as pesquisas.

— Ela está percebendo como e onde vai ser a disputa. E a disputa será conosco. Vamos aguardar amanhã.

Ao iniciar o último dia de campanha, Aécio fez um "chamamento à unidade", e alertou que o país vai ser entregue em grandes dificuldades no ano que vem, e vai ser necessário um governo de união. O presidenciável tucano também atacou o envio de cartas de diretor regional dos Correios no Mato Grosso pedindo voto para Dilma e petistas. Os Correios afirmam que não houve uso da infraestrutura pública para o envio de cartas para o MT. “Foram enviadas apenas 670 malas diretas locais e estaduais, para pessoas conhecidas de Nilton do Nascimento. O envio ocorreu na condição de cidadão — a postagem foi paga com recursos particulares. O preço de cada unidade variou entre R$ 0,77 (estadual) e R$ 0,72 (local), conforme a tabela vigente”, disse a estatal em nota.

- Isso é um acinte, um crime eleitoral, uma violência, para favorecer uma candidatura em detrimento dos outros. A regra do pleito eleitoral é a isonomia. Da mesma forma que a Petrobras está sendo usada para beneficiar um grupo político, com um ex-diretor preso, agora os Correios estão sendo usados para beneficiar uma candidatura. Cabe agora à Justiça se manifestar. Isso é um absurdo - disse Aécio.

Aécio Neves afirmou que o momento pede união, e reafirmou a confiança de que vai superar o empate técnico com Marina Silva (PSB) e ir ao segundo turno. Aécio falou que é preciso "governar para todos".

- O Brasil é um país de todos. Qualquer que seja eleito tem que governar para todos. A união de todos vai ser muito importante para superar as imensas dificuldades que vamos encontrar no próximo ano. Estou confiante de que estarei no segundo turno, para defender com mais clareza e aprofundar nosas propostas.

Perguntado sobre a ida da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) a Minas Gerais para tentar conter a alta de Aécio nas pesquisas, o tucano disse que orientou os correligionários a recebê-la de braços abertos.

- Minha orientação aos companheiros é que manifestem hospitalidade a todos os que nos visitam - disse Aécio. Em agosto, ao visitar Belo Horizonte, Dilma afirmou que é uma "mistura" de mineira e gaúcha. O tucano citou a "escola tancrediana":

- Vamos recebê-las de braços abertos. Sou da escola tancrediana que diz que o que deve brigar são as ideias, e não as pessoas. Eu não tive que transigir nem alterar minhas propostas ao longo da campanha. Essa é a boa política: firmeza e generosidade.

Em empate técnico nas pesquisas com Marina, alcançado a poucos dias do pleito, Aécio evitou fazer comparações ou juízos de valor, e disse que tem mais experiência política, e já testou seu projeto para o Brasil.

- Não tem essa história de ser melhor que ninguém. Eu respeito a Marina. Ela tem condições como eu, mas eu ofereço um projeto que já foi experimentado, com uma equipe que já foi testada em todas as áreas. São pessoas qualificadas, e isso é essencial. Eu tenho liderança política, já testada no Congresso, que eu quero oferecer ao Brasil - declarou.

Sobre a foto da recusa de cumprimento de um morador de um conjunto de favelas na zona sul da capital mineira, Aécio disse respeitar a escolha do homem, e que o gesto foi uma exceção na campanha.

- Foi uma em um milhão. Quem está me acompanhando, está vendo como está sendo a receptividade. Ele tem opinião contrária, eu respeito, mesmo discordando.

Pela primeira vez nesta campanha, Aécio apareceu à frente de Marina, mesmo que com empate técnico, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada na manhã deste sábado. Ele disse aguardar com calma mais levantamentos:

- Eu vou aguardar as pesquisas com muita serenidade e humildade. Se eu merecer a confiança dos brasileiros, estou pronto para governar o Brasil.

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