quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Corrida pela Prefeitura do Rio em 2016

• Romário (PSB) e Freixo (Psol) são os mais lembrados para o posto de alcaide da capital fluminense. Indecisos chegam a 31%

Eduardo Miranda – Brasil Econômico

Pesquisa do Instituto GPP para a Prefeitura do Rio de Janeiro, realizada às vésperas do segundo turno da eleição para o governo do Estado, mostra o senador eleito Romário (PSB-RJ) como o nome mais forte para ocupar o posto que será deixado em 2016 pelo prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB). Na sondagem, encomendada pelo DEM e pelo PMDB, Romário tem 31,8% da preferência da amostra de 1.200 eleitores entrevistados. Colhendo elogios por sua atuação como deputado na Câmara Federal, Romário afirmou, no ano passado, que seu sonho é ser prefeito da capital em 2016, quando ele completa 50 anos de idade. Atualmente, para evitar críticas sobre a provável renúncia ao Senado, onde cumpriria apenas 1/4 do mandato de oito anos, pessoas próximas ao ex-jogador dizem que ele só deve pensar na candidatura daqui a um ano. Candidato convicto mesmo, apenas Marcelo Freixo (Psol), deputado estadual mais votado da assembleia legislativa, com 350 mil votos.

O potencial de Freixo para enfrentar Romário é visto pelo PT fluminense como a chance para a formação de uma grande frente da esquerda. Por isso, o diretório estadual do PT defende a ruptura com o PMDB de Eduardo Paes e do governador Luiz Fernando Pezão e estuda proibir por votação a ocupação de cargos e secretarias do governo estadual por petistas. Apesar do ressentimento em relação ao apoio de Dilma Rousseff à candidatura de Pezão, petistas apostam que a presidenta se sensibilizará com a dívida que tem com Freixo. No segundo turno, ele e o deputado federal Jean Wyllys se adiantaram à decisão do Psol e declararam apoio à candidatura de Dilma. Para os petistas fluminenses, a proximidade da presidenta com o prefeito Eduardo Paes é passageira. Eles acreditam que o afago a Paes é uma tentativa de o PT nacional neutralizar a ala rebelde do PMDB, liderada pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) e pelo presidente do PMDB no Rio, Jorge Picciani.

Apesar de recém-saído de uma eleição, o PMDB fluminense já deixa exposta a disputa dentro do partido pela indicação de um nome à disputa da prefeitura. De um lado, Picciani mobiliza prefeitos do estado, parlamentares da capital, cuidando, inclusive, da reeleição de Jorge Felippe (PMDB) para presidente da Câmara dos Vereadores. O objetivo de Picciani é indicar o recém-eleito deputado federal Leonardo Picciani, seu filho, para a disputa de 2016. Do outro lado, Eduardo Paes trabalha pela manutenção da relação entre Dilma e Pezão e a indicação, no futuro, de seu ex-secretário e agora deputado federal Pedro Paulo. Citado na pesquisa de intenção de voto, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) afirma apenas que "2016 está muito longe".

Já o presidente do PSDB-RJ, deputado Luiz Paulo, disse que seu partido terá candidatura própria e a indicação sairá dos três nomes eleitos nas últimas proporcionais (o próprio Luiz Paulo, Lucinha ou o deputado federal Otávio Leite). O parlamentar descartou, em princípio, o apoio a Romário, que participou da campanha de Aécio Neves (PSDB) para presidente. Outro nome cotado, mesmo antes da pesquisa GPP, é o de Clarissa Garotinho (PR), aposta política do clã Garotinho. Apesar de dizer que é "muito cedo" para se falar em disputa na Prefeitura, Clarissa admite que sua expressiva votação para a Câmara Federal — ela obteve 335 mil votos — desperta a atenção do partido. "É natural (seu nome ser apontado), já que minha votação me credencia para isso.

Fui a mulher mais votada dessa eleição em todo o Brasil e um terço dos meus votos vieram da capital", afirmou a parlamentar. Na eleição de 2012, o prefeito Eduardo Paes obteve 2,097 milhões de votos (64,6% dos votos válidos), contra Marcelo Freixo (914 mil, equivalente a 28,15% dos votos válidos). Na recente eleição para o Senado, Romário conquistou 4,6 milhões de votos. O desafio dos demais candidatos à Prefeitura será o de retirar votos do ex-jogador e conquistar os indecisos (31,3%, segundo o GPP) e os votos em branco e nulos (6,5%).

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