sábado, 22 de novembro de 2014

Porta aberta para as especulações

- Zero Hora (RS)

A previsão era de que o anúncio da equipe econômica sairia ontem à tarde, os repórteres correram para o Palácio do Planalto, os nomes vazaram, e a Presidência informou que não haveria anúncio algum. Restou a dúvida: seria apenas um capricho da presidente, irritada com o vazamento, ou reviravolta nas escolhas?

O trio considerado certo para comandar a equipe econômica tem duas características em comum: conhecimento da área e perfil discreto. Joaquim Levy e Nelson Barbosa são técnicos, já passaram pela área econômica do governo Lula, e, mesmo não sendo os preferidos do mercado, não são repudiados. A permanência de Alexandre Tombini segue a mesma lógica: a atuação dele na presidência do Banco Central é sóbria, como tem de ser.

As especulações sobre a equipe econômica tiveram boa receptividade, porque a bolsa subiu 5%, as ações da Petrobras recuperaram parte do valor perdido e o dólar caiu. Registre-se que, durante toda a sexta-feira, o mercado operou sob efeito da informação de que o preferido para a Fazenda, Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, recusara o convite para ser ministro.

As outras especulações não chegam a provocar surpresa, porque os protagonistas são líderes das áreas para as quais estão cotados: Armando Monteiro no Ministério do Desenvolvimento e Kátia Abreu na Agricultura.

Monteiro foi presidente da poderosa Confederação Nacional da Indústria. Entra na cota do PTB, mas o que menos importa na indicação é o partido. O fato de ter sido derrotado na eleição para o governo de Pernambuco não inviabiliza sua indicação, porque a interpretação corrente é de que ele perdeu para um mito, o falecido Eduardo Campos.

Por estranho que pareça, Kátia Abreu é candidata natural, mesmo tendo sido filiada ao PFL, ao DEM e ao PSD. Desde que migrou para o PMDB, a senadora de Tocantins passou a ser cogitada para o Ministério da Agricultura. Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia se aproximou de Dilma no primeiro mandato e se manteve fiel durante a campanha, apesar da preferência do setor pelo candidato Aécio Neves.

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