sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Carlos Drummond de Andrade- Bolero de Ravel

A alma cativa e obcecada
enrola-se infinitamente numa espiral de desejo
e melancolia.
Infinita, infinitamente...
As mãos não tocam jamais o aéreo objeto,
esquiva ondulação evanescente.
Os olhos, magnetizados, escutam
e no círculo ardente nossa vida para sempre está presa,
está presa...
Os tambores abafam a morte do Imperador.

in Sentimento do Mundo, 1940.

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