terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Dilma ameaça cortar verbas de governos estaduais

• Em reunião com base aliada, presidente diz que aprovação irá garantir empregos e obras

Júnia Gama, Cristiane Jungblut e Chico de Gois – O Globo

BRASÍLIA- Numa reunião de cerca de duas horas com lideranças da base aliada no Congresso, a presidente Dilma Rousseff fez um apelo para que seja aprovado hoje o projeto de lei que é visto como uma manobra do governo, uma vez que lhe permite não cumprir a meta de economia para pagamento dos juros, o chamado superávit primário. Para convencer os parlamentares, Dilma deixou claro que, se a mudança não for aprovada, os governos estaduais e municípios sofrerão as consequências com corte de verbas para execução de obras. Dilma, o vice-presidente Michel Temer, e os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, receberam 23 deputados e senadores.

A presidente, segundo relatos de quem participou, foi objetiva em sua fala e disse que a aprovação do projeto irá garantir a manutenção de empregos e a continuidade de obras públicas. Em entrevista após a reunião, Berzoini deu o tom do encontro, indicando que as bases dos parlamentares poderão sair prejudicadas caso os aliados não se unam para aprovar o projeto. Segundo Berzoini, até mesmo o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ) — considerado um chefe rebelde na Câmara — ter ia se comprometido a mobilizar os deputados pela votação hoje. —O importante é o convencimento do impacto que teria para o país a não aprovação dessa modificação para prefeitos, governadores, para o emprego, para a renda, porque forçaria o governo, no último mês do ano, a fazer uma execução orçamentária muito restritiva. Então, nosso objetivo é garantir que o governo possa fazer sua execução orçamentária, que também influencia a execução de estados e municípios — apontou Berzoini.

Dilma disse que é importante a aprovação hoje para dar recado positivo ao mercado. Segundo parlamentares, ela defendeu as medidas adotadas e disse que se não as tivesse posto em prática, o Brasil poderia ter PIB de 1.5% negativo em 2014. A maior parte da reunião girou em torno dos procedimentos de votação, já que dois vetos traçam a pauta, e há ainda um projeto de crédito extraordinário na frente da proposta que muda a meta fiscal

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