segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Distribuição de ministérios opõe partidos da base

• PSD e PP travam disputa por Secretaria da Micro e Pequena Empresa; PMDB quer Cidades

Simone Iglesias e Júnia Gama – O Globo

BRASÍLIA - Não bastassem as críticas do PT e do PMDB às primeiras escolhas feitas para seu Ministério, a presidente Dilma Rousseff tem pela frente rodadas de conversas com os partidos que a apoiaram na campanha à reeleição para definir o espaço de cada um no segundo mandato. Há, no entanto, um congestionamento de pedidos e disputas que vem colocando uns contra os outros entre os partidos aliados. Há até ameaças de abandono da base governista.

A principal batalha travada entre aliados hoje é pelo Ministério das Cidades. O PSD, de Gilberto Kassab, além de querer manter Afif Domingos na Secretaria da Micro e Pequena Empresa, tem certeza de que o ex-prefeito de São Paulo será escolhido por Dilma para a pasta ocupada hoje pelo PP, que por sua vez reage com fúria à certeza dos kassabistas:

- Se ela tirar a gente de lá, saímos do governo - disse um dirigente do PP, no auge da irritação com os movimentos no tabuleiro ministerial.

O partido parece ter desistido da ideia de transformar em ministro o senador Ciro Nogueira (PI). O PP cogita levar a Dilma dois nomes: o do atual ministro, Gilberto Occhi, e o do anterior, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), que saiu do cargo em abril para disputar nova vaga na Câmara. A maioria do partido acha que Dilma optará por Ribeiro e, com isso, quer que Occhi retome o cargo de vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Além da guerra entre PSD e PP, o PMDB também sonha com as Cidades, especialmente se Dilma tirar dos peemedebistas a pasta de Minas e Energia. Dilma e o vice-presidente, Michel Temer, acertaram que o PMDB terá, a princípio, seis ministérios. Agricultura, com Kátia Abreu, e Aviação Civil, com Moreira Franco, são apontados como certos. As demais pastas, por enquanto, são apostas. Dilma gostaria de indicar Henrique Eduardo Alves para Previdência, mas os deputados o querem na Integração Nacional. Outro que pode ficar com a cadeira é Eliseu Padilha, num acerto entre a bancada e Temer. O vice trabalha para que Padilha seja ministro.

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