quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Em ano eleitoral, Dilma fez 25% mais viagens que em 2013

• Em 4 anos, foram 235 deslocamentos nacionais, a maioria pelo Sudeste

Luiza Damé – O Globo

BRASÍLIA - Ao longo de quatro anos de governo, a presidente Dilma Rousseff fez 235 viagens nacionais, entre elas 56 visitas oficiais a São Paulo, outras 40 ao Rio e mais 29 a Minas Gerais, mas não esteve em Roraima. Ao Mato Grosso do Sul, Amapá e Acre, a presidente foi apenas uma vez, desde que assumiu o Palácio do Planalto. Os roteiros pelo país afora para lançar programas, inaugurar obras, participar de formaturas do Pronatec e entregar máquinas agrícolas ou unidades do Minha Casa Minha Vida aumentaram 25% neste ano eleitoral, em relação a 2013. Foram, ao todo, 80 viagens.

No ano passado, o número de viagens já era maior do que na primeira metade do mandato. Foram 64 viagens nacionais, boa parte após as manifestações de junho. O número era superior às 41 viagens de 2012.

Em 2011, Dilma fez 50 viagens nacionais. Logo na primeira quinzena de janeiro, ela sobrevoou as áreas atingidas pelas enchentes no Rio, naquela que foi uma das maiores tragédias naturais do país. Em seguida, anunciou providências do governo federal para ajudar na reconstrução da região serrana e auxiliar as vítimas das chuvas.

As viagens oficiais estão registradas no site da Presidência da República. Não estão incluídas as viagens de folga da presidente nas festas de fim de ano ou em feriados prolongados nem as visitas à família em Porto Alegre, como as de dezembro para comemorar seu aniversário e experimentar a roupa que usará na posse.

As agendas da presidente pelo país, segundo o Palácio do Planalto, são definidas conforme o andamento dos programas e das obras. Neste ano houve um incremento dos roteiros pelo país, conforme o Planalto, porque os programas e obras lançados no início do governo Dilma começaram a ser concluídas ou entraram em um estágio no qual era possível fazer vistoria.

Os compromissos preferenciais da presidente foram anúncios de investimentos em mobilidade urbana, na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), formaturas de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), entrega de máquinas agrícolas a municípios e inauguração de unidades do Minha Casa Minha Vida. Neste ano, Dilma participou da entrega de 14.510 moradias do programa habitacional do governo federal. A única visita ao Amapá foi para entregar 2.148 unidades habitacionais, em Macapá.

Embora a presidente não tenha ido a Roraima, neste mandato, o Planalto disse que o governo federal não descuidou do estado. Os investimentos do PAC 2 em Roraima são de R$ 2,6 bilhões, nas áreas de mobilidade urbana, saneamento básico, rodovias e habitação. Também foram destinados recursos do Pronaf e implantado o Mais Médicos, por exemplo. No segundo turno, Dilma conseguiu 41,10% dos votos em Roraima e ficou atrás do tucano Aécio Neves.

Mato Grosso do Sul recebeu a presidente em abril de 2013, para a entrega de 300 ônibus escolares do programa "Caminho da Escola", atendendo 78 municípios. Dilma passou por Rio Branco, no último dia 15 de março, durante sobrevoo às áreas atingidas por enchentes. A pressão para que a presidente visitasse o Norte do país durante as cheias foi do governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), que foi recebido no Planalto.

O deputado Sibá Machado (PT-AC) disse que a visita da presidente ao estado tem uma simbologia, mas que o importante é o investimento do governo federal no Acre. Segundo Sibá, as demandas do governador Tião Viana têm sido atendidas pela presidente. Ele lembrou que, nas eleições, os adversários do PT usaram o discurso de que Dilma não dava importância ao Acre, porque é um estado pequeno. A presidente teve 36,32% dos votos no Acre.

- A visita é uma simbologia. O importante é que tudo o que o governador levou para Brasília foi atendido. Os principais programas estão aqui. O BNDES financia o programa de piscicultura. O Minha Casa Minha Vida está construindo a maior cidade aqui, com R$ 1,1 bilhão. Não tenho nada a reclamar. É muita coisa. Não é pouco, não - afirmou.

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