segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Para petista, ainda é cedo para prever a posição do Congresso

• Líder do partido crê que CPI já finalizada teve resultado satisfatório

- O Globo

BRASÍLIA - O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), não descarta nova CPI em 2015, mas não demonstra a mesma certeza da oposição em relação à inevitabilidade de uma nova comissão para investigar as irregularidades na Petrobras. Enquanto a oposição critica os resultados da CPI de 2014, tachando-a de chapa-branca, Humberto Costa diz que ela teve resultado positivo.

— A CPI conseguiu dar uma resposta ao Brasil dentro da capacidade de investigação do Congresso. Agora temos que aguardar a última etapa, que é a que diz respeito aos agentes políticos, para que no ano que vem o Parlamento se posicione. É uma decisão do futuro Congresso. Não podemos falar em nome de tantos senadores e deputados que foram eleitos agora. Será uma decisão mais à frente — disse Costa, em 18 de dezembro, dia em que foi aprovado o relatório da CPI mista de 2014.

Em 2014, foram instaladas duas CPIs no Congresso, mas parte de seus trabalhos se desenrolou em plena campanha eleitoral. A primeira funcionou apenas no Senado. A segunda, a CPI mista, instalada em 28 de maio, contou com a participação de senadores e deputados e foi mais crítica ao governo. A CPI mista acabou esvaziando a CPI exclusiva do Senado, mas, ainda assim, a correlação de forças foi mais favorável ao governo. Tanto que o relatório final não avançou em relação ao que já era investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Não é só a avalanche de notícias sobre irregularidades na Petrobras e em outros setores do governo que anima a oposição para instalar uma CPI em 2015. Em fevereiro, assumem os deputados eleitos em outubro, e haverá a renovação de um terço do Senado. A nova correlação de forças será mais favorável à oposição. Os oito partidos que deverão ter uma postura de oposição em 2015 — PSDB, PSB, DEM, SD, PSC, PPS, PV e PSOL — têm, hoje, 23 dos 81 senadores e 147 dos 513 deputados federais. Em fevereiro, sem considerar as mudanças que poderão ocorrer com a ocupação de cargos no governo por parlamentares, serão 25 senadores e 160 deputados.

Apesar do crescimento no Congresso, a oposição ainda será minoritária. Mas os deputados e os senadores desses partidos contam com a ajuda de parlamentares da base aliada insatisfeitos com o governo, a começar pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), favorito na disputa pela presidência da Câmara. A CPI mista deste ano só foi possível graças à assinatura de parlamentares da base. O PMDB foi o segundo partido que mais aderiu ao requerimento de criação da comissão, com 37 deputados, entre eles, o próprio Cunha.

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