quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dilma defende 'medidas corretivas' no governo para manter 'projeto vitorioso nas urnas'

• Na primeira reunião ministerial do segundo mandato, presidente alega que ajuste fiscal é necessário para manter crescimento

Eduardo Rodrigues, Ricardo Brito, Carla Araújo e Francisco Carlos de Assis - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 27, na primeira reunião ministerial do segundo mandato, que tomou medidas de "caráter corretivo" para consolidar um projeto "vitorioso nas urnas". Segundo a petista, a gestão será ao mesmo tempo de continuidade e de mudanças.

A presidente defendeu que a tarefa é continuar o projeto de desenvolvimento criado a partir de 2003. “Nós precisamos garantir a solidez dos nossos indicadores econômicos”, afirmou Dilma aos 39 ministros, na Granja do Torto.

Dilma afirmou que o governo vai adequar seguro desemprego e o auxílio por morte em função das "novas condições" do País. Argumentou que o valor real do salário mínimo cresceu nos últimos anos, assim como a expectativa de vida. "Trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais", disse a presidente, ao justificar as mudanças, alvo de críticas de centrais sindicais e até de setores do PT. As medidas são vistas como uma contradição em relação ao discurso adotado pela então candidata à reeleição na campanha de 2014.

"Nós sempre aperfeiçoamos nossas medidas, a Bolsa Família é um exemplo", defendeu a presidente. Segundo Dilma, no ano passado, um total de 1,29 milhão de famílias deixou o programa por não mais enquadrar nos critérios para recebimento do benefício. "A razão de ser da gestão responsável da política econômica é estimular crescimento", comentou há pouco Dilma.

Ao comentar a conjuntura econômica, a presidente disse que o País passa por dois choques. Um seria externo, advindo da crise de economias importantes no mundo, da redução do preço de commodities e da apreciação do dólar frente ao real. No plano interno, disse a presidente, ocorre um choque no preço dos alimentos.

Dilma afirmou que a seca pela qual atravessa o País também teve impacto nos preços de energia e no fornecimento de água para a região Sudeste. Mas destacou que o Brasil fez o seu papel diante desses choques, ao conseguir preservar o emprego e a renda do trabalhador.

Segundo a petista, o governo absorveu a maior parte das mudanças dos cenários nas contas fiscais. Ela disse que foi reduzido o resultado primário para proteger a economia brasileira. “Estamos diante da necessidade de reequilíbrio fiscal”, destacou, ao frisar que tais medidas vão assegurar a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo.

A apresentação inicial de Dilma na reunião ministerial de hoje foi aberta e transmitida pela NRB, a rede oficial de televisão. O restante do encontro, no entanto, será fechado.

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