sábado, 17 de janeiro de 2015

PT do Rio reivindica cargos de segundo escalão no governo Dilma

• Petistas foram indicados para órgãos como Funarte e Casa da Moeda

Fernanda Krakovics – O Globo

BRASÍLIA - Ignorado pela presidente Dilma Rousseff na reforma ministerial para o segundo mandato, o diretório do PT do Rio reivindica, pelo menos, quatro cargos de segundo escalão para compensar o fato de não ter emplacado nenhum representante na Esplanada dos Ministérios.

A lista encaminhada pelo presidente do PT do Rio, Washington Quaquá, e por Alberto Cantalice, um dos vice-presidentes nacionais do partido, ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, inclui a presidência da Casa da Moeda, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

O indicado para a Funarte é o deputado estadual Robson Leite, que não se reelegeu. O PT do Rio ainda tenta emplacar o deputado federal Jorge Bittar, que também ficou sem mandato, em um cargo na Eletrobras. Outra alternativa para Bittar é assumir uma diretoria da Light, que é parte do Grupo Cemig. A empresa é controlada pelo governo de Minas, que acaba de ser assumido pelo petista Fernando Pimentel.

O diretório do PT do Rio tenta recuperar a presidência da Casa da Moeda quase dez anos depois de Manoel Severino ter deixado o cargo acusado de ter recebido dinheiro do mensalão. Atualmente a Casa da Moeda é comandada por Francisco de Assis Leme Franco, um funcionário de carreira do governo sem vinculação política.

A pedido do comando nacional do PT, todos os diretórios estaduais do partido enviaram indicações de nomes e reivindicações de cargos, que não necessariamente serão atendidos pela presidente Dilma. Essas nomeações só devem ser feitas depois da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, em 1º de fevereiro.

PT de olho em Pernambuco
Uma das prioridades da direção nacional do PT na composição do segundo e terceiro escalão do governo federal é a ocupação de cargos em estados como Pernambuco, onde o partido teve um desempenho eleitoral trágico. Lá, além de não eleger nenhum deputado federal, o governador e o prefeito do Recife são adversários dos petistas. A ocupação de cargos federais no estado seria uma estratégia para tentar fortalecer o partido lá.

Um dos contemplados deve ser o deputado federal João Paulo Lima, ex-prefeito de Recife. No ano passado ele disputou uma vaga para o Senado e perdeu. Escaldadas pela reforma ministerial, lideranças partidárias são cautelosas e tentam não alimentar esperanças entre os correligionários:

— É um governo de continuidade, então é complicado tirar petista que está no cargo e trocar por outro. E tudo bem que os ministérios não terão porteira fechada, mas não é fácil chegar num ministério comandado pelo PMDB e exigir cargos — disse um dirigente.

A reclamação dentro do partido é grande. Neste segundo mandato de Dilma, o PT foi desalojado dos ministérios da Fazenda e da Educação. Além disso, a corrente majoritária do partido, ligada ao ex-presidente Lula, foi desalojada do núcleo político do Palácio do Planalto. Os petistas queriam ainda assumir os ministérios do Trabalho e dos Esportes, o que não conseguiram.

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