sexta-feira, 13 de março de 2015

Para Pezão, versão de costa é 'estapafúrdia'; Cabral se diz indignado; Fichtner também nega

• Governador afirma que seu sigilo bancário está à disposição e que ainda não constituiu advogado

- O Globo

O governador Luiz Fernando Pezão classificou como estapafúrdio o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e disse estar certo de que a investigação aberta no Superior Tribunal de Justiça "vai comprovar que a acusação é falsa". Pezão diz que respeita a decisão da Procuradoria Geral da República de pedir abertura de inquérito no STJ para investigar a citação do seu nome por Costa.

- Estou à disposição da Justiça, só quero ser ouvido. Essa conversa (citada por Costa) nunca existiu. A acusação é falsa. Meu sigilo bancário está à disposição, só tenho uma conta. Minha declaração de bens é pública e também está disponível - disse, ressaltando não ter sido oficialmente notificado e não ter constituído advogado.

O ex-governador Sérgio Cabral reafirmou, em nota, que as acusações de Costa são falsas, que nunca se reuniu com o ex-diretor da Petrobras e que também nunca solicitou a ele apoio financeiro à sua campanha à reeleição.

"Reitero os meus compromissos de toda a minha vida pública de respeito à independência do Ministério Público e do Judiciário brasileiros. Tenho a consciência tranquila", disse Cabral, na nota.

"Reafirmo que é mentirosa a afirmação do delator Paulo Roberto Costa. Essa reunião jamais aconteceu. Nunca solicitei ao delator apoio financeiro à minha reeleição ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Todas as eleições que disputei tiveram suas prestações de contas aprovadas pelas autoridades competentes. Reafirmo o meu repúdio e a minha indignação a essas mentiras", completou Cabral.

Já ex-secretário Régis Fichtner disse que nunca participou de nenhuma reunião com Cabral e Costa, e negou ter se reunido com representantes de Skanska, Alusa e Techint e do Consórcio Compar "para qualquer finalidade, muito menos para tratar de contribuições de campanha".

Em nota, Fichtner informou que vai entrar na Justiça contra o ex-diretor da Petrobras. "Tenho convicção de que uma mínima apuração dos fatos pela Justiça irá resultar no restabelecimento da verdade", disse.

Na nota, Fichtner diz que recebeu com "surpresa e indignação" as declarações de Costa a respeito da participação dele para arrecadar dinheiro de caixa dois para a campanha de Cabral. "Nunca participei de nenhuma reunião em que o então governador Sérgio Cabral tivesse solicitado ao senhor Paulo Roberto Costa ajuda para a arrecadação de recursos para a sua campanha. Nunca participei de nenhuma reunião com o senhor Paulo Roberto Costa e representantes das empresas Skanska, Alusa e Techint, muito menos para tratar de arrecadação de recursos para campanha. Nunca me reuni com representantes do Consórcio Compar para qualquer finalidade, muito menos para tratar de contribuições de campanha".

Governadores têm foro privilegiado junto ao STJ, e não ao STF. Entre os envolvidos nas delações premiadas da Operação Lava-Jato, uma outra autoridade tem foro junto ao STJ: o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que exerce atualmente o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. Negromonte, porém, será investigado em inquéritos no STF, por conta da conexão a fatos supostamente cometidos por parlamentares do PP.

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