quarta-feira, 29 de abril de 2015

Impeachment só sai se houver condição política, diz Freire

Fábio Matos – Assessoria do Parlamentar - Portal do PPS

Em encontro na sede de sindicato que representa 2.500 empresas, presidente do PPS afirma que governo Dilma é incompetente, mas maior responsável pela crise é Lula

Em um encontro com cerca de 60 empresários na sede do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo (SEAC-SP), o deputado federal Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS, afirmou que um eventual impeachment de Dilma Rousseff (PT) só será viabilizado se as condições políticas foram dadas no Congresso Nacional. O encontro aconteceu na sede da entidade, em São Paulo, na noite de segunda-feira (27).

“Eu não quero 3º turno. Impeachment não é desejo de ninguém. E não será algo imposto à sociedade. O problema maior não é jurídico, mas político. Não é aparecer o Fiat Elba do [Fernando] Collor, até porque hoje pode se dizer que há uma frota inteira”, ironizou o parlamentar. “A questão é a correlação de forças no Congresso, que ainda é favorável ao governo. Existe uma base de sustentação que Collor não tinha. Impeachment é algo que vai se impor se houver condições políticas para que seja feito.”

Em sua palestra sobre a conjuntura política brasileira, Freire criticou duramente o governo Dilma, mas apontou o ex-presidente Lula como o principal responsável pela crise que o país enfrenta. “Eu considero Dilma apenas incompetente e inepta para o cargo que exerce. Mas não dou a ela uma dimensão que não tem”, disse. “Ela não é a maior responsável por isso. A responsabilidade é do senhor Luiz Inácio Lula da Silva.”

Segundo o presidente do PPS, durante os oito anos de governo de Lula, o Brasil desperdiçou oportunidades e fez uma opção equivocada pelo incentivo ao “consumo desenfreado”. “O país não construiu um projeto de desenvolvimento quando poderia tê-lo feito. Começou, então, a se acelerar um processo de desindustrialização. Mas todos diziam que vivíamos às mil maravilhas durante o governo Lula”, criticou.

“Agora estamos pagando essa fatura. A crise econômica agrava a situação, pois a renda das famílias cai e começa a haver desemprego. Poucos falavam contra tudo isso durante o governo Lula, muito poucos. E digo isso porque eu era um desses poucos”, continuou o deputado.

Terceirizações
Fundado há 55 anos, o SEAC-SP representa empresas responsáveis por serviços terceirizados nos mais diversos setores. Naturalmente, um dos assuntos abordados durante o encontro foi a aprovação do projeto de lei 4.330, que regulamenta as terceirizações. Roberto Freire fez críticas ao comportamento de parte da esquerda, que se contrapôs ao projeto.

“A revolução científica e tecnológica está colocando em xeque as velhas relações, inclusive as de trabalho. O novo vai se afirmando”, destacou. “A terceirização é uma nova forma de organizar o trabalho. Isso acontece porque a forma de se organizar o trabalho mudou profundamente em relação a algumas décadas atrás. Não existe mais essa profunda distinção entre a atividade-fim e a atividade-meio. E uma parte mais atrasada da esquerda não entendeu o que está acontecendo.”

Entrevista ao Programa Diferente
Ainda na segunda-feira (27), o deputado participou da gravação do “Programa Diferente” (www.programadiferente.com) apresentado pelo jornalista Maurício Huertas e exibido pela TV Aberta (canal 9 da NET e 186 da Vivo). Na entrevista, Freire falou sobre as crises política e econômica, as dificuldades enfrentadas pelo governo Dilma, as manifestações que tomaram as ruas das cidades brasileiras em março e abril, entre outros temas. O programa é exibido todos os domingos, às 21h30.

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