sexta-feira, 1 de maio de 2015

No PMDB, uma batalha de caciques

• Temer diz que país precisa de políticos à altura dos desafios atuais ao rebater crítica de Renan de que partido não pode ser coordenador de RH

Maria Lima e Luiza Damé – O Globo

Com o ex-ministro do Turismo Vincius Lage ao lado — hoje seu assessor no gabinete, depois de demitido da pasta — Renan atacou duramente pela manhã o papel do PMDB na articulação política do governo e da distribuição de cargos para satisfazer a base aliada. O papel de coordenador é ocupado desde o início do mês por Temer. 

Apesar do discurso contra o fisiologismo, Renan tem declarado abertamente sua insatisfação coma demissão do aliado, substituído pelo também peemedebista Henrique Eduardo Alves. — O PMDB não pode substituir o PT no que ele tem de pior, que é o aparelhamento do Estado brasileiro. Não se trata de saber quem é o dono do aparelhamento, trata-se de acabar com o aparelhamento. Não se pode transformar a coordenação política em coordenador de RH, da boquinha. Não precisamos apenas mudar o dono do aparelhamento do Estado.

O PMDB tem que dar qualidade e fundamento à coalizão — criticou Renan Calheiros. O vice-presidente Michel Temer, no entanto, não absorveu o golpe. Usualmente ponderado, o presidente do PMDB reagiu às críticas à sua atuação na articulação política em nota divulgada no fim da tarde.

Sem citar diretamente Renan, Temer afirmou que não usará o cargo para agredir autor idade de outros poderes e disse que não estimularia uma discussão que pudesse prejudicar a harmonia entre as instituições e os movimentos sociais. 

Na parte mais dura do texto, o vice reagiu com acidez: "respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura". Renan Calheiros é alvo de inquérito da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. "Não usarei meu cargo para agredir autor idades de outros poderes. Respeito institucional é a essência da atividade política, assim como a ética, a moral e a lisura. Não estimularei um debate que só pode desarmonizar as instituições e os setores sociais. O país precisa, neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados. Trabalho hoje com o objetivo de construir a estabilidade política e a harmonia ensejadoras da retomada do crescimento econômico em benefício do povo brasileiro. Se outros querem sair desta trilha, aviso que dela não sairei", respondeu Temer na nota

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