sexta-feira, 19 de junho de 2015

Inflação pelo IPCA-15 é a maior para junho desde 1996

Alessandra Saraiva – Valor Econômico

RIO - (Atualizada às 9h30) A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acelerou entre maio e junho, de 0,60% para 0,99%, puxada pelo aumento dos preços dos alimentos, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a taxa mais elevada para meses de junho desde 1996, quando foi registrada alta de 1,11%.

O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, índice que baliza o sistema de metas de inflação. O que muda entre os dois índices é apenas o período de coleta de preços.

O indicador ficou acima da estimativa média de 0,82% apurada pelo Valor Data junto a 17 consultorias e instituições financeiras, e acima do teto do intervalo das projeções, entre 0,60% e 0,88%.

No primeiro semestre, o IPCA-15 acumula alta de 6,28%. Nos 12 meses encerrados em junho, o índice subiu 8,80% – acima dos 12 meses imediatamente anteriores (8,24%) e o mais elevado resultado em 12 meses desde dezembro de 2003 (9,86%). Assim, a prévia do índice oficial voltou a mostrar inflação acumulada acima do teto da meta, de 6,5%.

Impactos
As altas mais expressivas no IPCA-15 de junho partiram de alimentos e reajustes em preços administrados.

Entre os alimentos que ficaram mais caros, no âmbito do indicador, estão cebola (40,29%), tomate (13,00%), cenoura (5,59%), batata inglesa (4,42%), carnes (1,63%), leite longa vida (1,24%), lanche (1,07%), e pão francês (0,98%).

Entre os preços monitorados, jogos de azar foi um dos destaques, com variação de 37,77% em junho, e refletiu reajustes vigentes desde 18 de maio nos valores das apostas de loterias. Esse item liderou a relação dos principais impactos individuais do mês, respondendo por 0,14 ponto percentual da inflação de junho apurada pelo indicador, de 0,99%.

O instituto informou ainda que houve aumento na taxa de água e esgoto (3,76%) tendo em vista reajustes, nessa tarifa, ocorridos em Belo Horizonte; São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador. No caso de energia elétrica, a tarifa subiu 1,12%, por conta de reajustes em Recife, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre.

Entre as nove classes de despesas, o destaque ficou por conta do grupo despesas pessoais cuja taxa de inflação acelerou de 0,18% para 1,79% de maio para junho – a mais elevada entre os grupos. No entanto, em termos de impacto, a maior contribuição partiu da aceleração de preços em alimentos e bebidas (de 1,05% para 1,21%). Somente esse grupo respondeu por 0,30 ponto percentual na taxa do IPCA-15 de junho.

Outras classes de despesa mostraram aceleração de preços. É o caso de habitação (de 0,85% para 1,03%); artigos de residência (de 0,41% para 0,69%); transportes (de -0,45% para 0,85%); e educação (de 0,09% para 0,18%).

Em contrapartida, houve desacelerações de preços em vestuário (de 0,80% para 0,68%); saúde e cuidados pessoais (de 1,79% para 0,87%) e comunicação (de 0,22% para 0,08%), no mesmo período.


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