terça-feira, 20 de outubro de 2015

'Governo tem maior escândalo do mundo', diz Cunha

Cunha responde declaração da presidente Dilma

  • Deputado disse lamentar que 'maior escândalo de corrupção do mundo' seja no governo

Por Evandro Éboli e Júnia Gama –O Globo

BRASÍLIA - Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se recusou mais uma vez a confirmar se tem ou não contas secretas na Suíça. Disse que, sobre esse assunto, só tratará por nota ou por declarações de seus advogados. O peemedebista também negou-se a falar de suas relação com o doleiro Lúcio Funaro e sobre ter voado junto com ele num avião fretado e pago com recursos de propina.

Cunha, no entanto, respondeu a uma declaração da presidente Dilma Rousseff. Ontem, em entrevista na Suécia, jornalistas perguntaram para a presidente se as denúncias contra o peemedebista causavam constrangimento internacional. Dilma, então, disse que seria estranho se causasse e lamentava que o escândalo seja com um brasileiro.

— Eu lamento que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo — disse Cunha aos jornalistas ao ser perguntado sobre a declaração da presidente.

O presidente da Câmara reafirmou na entrevista que não vai renunciar ao cargo por conta das denúncias envolvendo seu nome e disse que quem quiser vê-lo fora da presidência ter que esperar o fim de seu mandato, no final de 2016.

— Esqueçam, não vou renunciar — disse Cunha. O presidente da Câmara ainda completou:

— Eu me sinto em condição de continuar na presidência. Fui eleito pela Casa e só cabe uma maneira de eu sair, que é renunciar. E não vou renunciar. As coisas vão continuar da maneira que estão. Quem deseja minha saída terá que esperar o fim do meu mandato para escolher outro.

Eduardo Cunha entregará ainda nesta segunda os agravos, recursos, contra as três decisões de ministros do STF que emitiram decisões contrárias ao rito de impeachment que o presidente da Câmara estabeleceu, a partir de questionamentos do DEM. Ele disse que continua com o poder decidir sobre o assunto e que nada foi alterado, exceto possibilidade de recurso no plenário contra eventual decisão sua contrária a abertura do processo.

Os repórteres perguntaram se iria continuar no cargo.
— Sem problema - respondeu, complementando que não iria renunciar.

— Jamais — disse Cunha.

O presidente da Câmara negou qualquer influência sobre os trabalhos da CPI da Petrobras, que deve encerrar esta semana seus trabalhos. E disse que foi o único, entre os envolvidos no escândalo, que se apresentou para fazer sua defesa.

— Me apresentei espontaneamente. Vi que tem 62 envolvidos. Os outros 61 não foram ouvidos.

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