segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Mesmo sob pressão, Cunha decidirá sobre impeachment na terça

• Deputado afirmou que vai concluir análise de pedido de Bicudo e Reale após o feriado

Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), irá decidir nesta terça-feira (13) se aceita ou não o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff elaborado pelos advogados Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.

"Ainda não concluí as análises", afirmou Cunha neste domingo (11), confirmando que tomará uma decisão assim que voltar a Brasília –ele passa o feriado desta segunda no Rio, com a família.

Ele não revelou se irá manter o que a oposição espera: que ele rejeite o pedido para que, ato contínuo, deputados protocolem recurso para consultar o plenário sobre o tema.

Sob intensa pressão depois que a Procuradoria-Geral da República divulgou detalhes da movimentação atribuída a ele na Suíça com dinheiro do petrolão, algo que ele nega, Cunha só confirma que irá tomar uma decisão.

Entre governistas, há o temor de que a posição delicada do presidente da Câmara o faça tomar decisão contrária: aceitar o pedido de Bicudo e Reale, tido como o mais representativo e com maior apoio dos partidos oposicionistas.

A partir daí, seria instalada uma comissão especial para a análise do pedido, que iria a plenário, onde precisaria de 342 dos 513 votos para abrir um processo de impedimento contra a presidente.

A interlocutores Cunha tem reafirmado que manterá a posição "de magistrado", dando a entender que irá adotar o roteiro original da tramitação, que garante caráter mais amplo ao pedido.

Uma decisão monocrática de aceitação da peça de Bicudo e Reale traria a ele a acusação de ter agido de forma reativa, para tirar as acusações contra si da berlinda.

A situação de Cunha se agravou na semana passada, quando foram surgindo provas de que ele mantinha contas na Suíça.

Em depoimento à CPI da Petrobras, Cunha havia dito que não possuía contas no país. Para a PGR, o dinheiro veio de propinas em um contrato da estatal no Benin. Cunha nega as acusações e diz manter o que afirmou à CPI.

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