sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Aécio articula frente de oposição para disputar sucessão no Rio

• Romário, que terá encontro com senador, diz ser preciso ‘sangue novo’

Maria Lima e Paulo Celso Pereira- O Globo

BASÍLIA - Enquanto a candidatura do secretário Pedro Paulo (PMDB) é questionada, por causa das agressões à ex-mulher, o tucano Aécio Neves articula frente de oposição ao candidato do prefeito Eduardo Paes e sonda o senador Romário (PSB). -BRASÍLIA- No vácuo do enfraquecimento da candidatura do secretário Pedro Paulo, candidato do prefeito Eduardo Paes (PMDB) à sucessão municipal, o senador Aécio Neves (MG) articula a criação de uma ampla frente de oposição, composta por PSDB, PSD, DEM, SD, PPS e PSC — forças que se uniram em torno dele na eleição presidencial do ano passado. O primeiro evento do grupo que vislumbra disputar a eleição do Rio acontecerá dia 30 de novembro, em um hotel em Copacabana, e deve reunir a cúpula dos diretórios fluminenses desses partidos.

O objetivo é começar a articular uma candidatura única à prefeitura em 2016 que simbolize a oposição ao governo Dilma Rousseff e, no âmbito local, contraponha-se ao PMDB de Paes. Não por outro motivo, enquanto o prefeito tem como principal bandeira as Olimpíadas, os opositores preparam um debate sobre a cidade “pós-Olimpíadas”.

O senador Romário, pré-candidato do PSB, apontado como um dos nomes favoritos para a disputa, estará com Aécio no mesmo dia, mas ainda não está definido se no encontro dos partidos ou em uma reunião privada.

— O PMDB já domina o Rio há alguns anos, e é natural que apareça novos grupos. A ideia de o Aécio fazer essa frente é positiva. O Rio e o Brasil precisam de sangue novo. Fui convidado para essa reunião e vou lá ouvir. Ele me convidou, e não vou chegar lá dizendo que sou candidato. Preciso pensar nesses mais de quatro milhões de votos que me deram para um mandato de oito anos no Senado. Mas o que for positivo para o Rio, claro que o PSB vai participar — disse Romário.

A posição de Romário joga um balde de água fria nos planos de Eduardo Paes. O prefeito tem dito a aliados já ter um acordo fechado com Romário para que ele apoie seu candidato nas eleições do ano que vem. A aproximação entre os dois se deu no início do ano, quando Paes deu a Romário a possibilidade de indicar o secretário de Esporte e Lazer. Romário escolheu para o posto seu aliado e ex-diretor do Flamengo Marcos Braz, que segue no cargo.

“Situação de Pedro Paulo abre espaço”
A ideia inicial para dois encontros separados entre os partidos de oposição e Romário ocorreu porque a premissa da união das siglas está em não haver um candidato pré-definido. Mas isso não significa que Romário não possa ser o nome escolhido pelo grupo mais à frente.

— A ideia é envolver setores da sociedade. É um projeto aberto, sem candidatura pré-definida, mas que ao final culmine em uma candidatura única. A ideia é apresentar um projeto que seja oposição clara a tudo que vem ocorrendo no Brasil — explicou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves.

Também pré-candidato pelo PSD, o deputado Índio da Costa (RJ) disse que tem conversado com Aécio, com Romário e com o deputado Hugo Leal (PROS-RJ) sobre a criação da frente de oposição no Rio:

— A partir dessa primeira reunião vamos ver a viabilidade dessa frente única, um grupo novo para pensar o Rio, ver a convergência das propostas para oxigenar a política carioca. Tenho conversado com o Aécio para ver se ele me apoia, e ele disse que está articulando essa frente.

Os pré-candidatos da oposição concordam que a crise vivida por Pedro Paulo abre um enorme espaço a ser ocupado e coloca Eduardo Paes numa encruzilhada, pois os nomes que tem como alternativa acabam fortalecendo o ex-governador Sérgio Cabral.

— Essa situação do Pedro Paulo abre um espaço novo para a oposição — disse Índio da Costa.

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